O combate ao Aedes Aegypti é um trabalho que precisa ser desenvolvido por toda a população, além do que já é feito pelos agentes de controle de endemias que atualmente somam mais de 700 nas ruas de Belém. A cada ciclo de vistoria feita pela equipe da Sesma, que dura dois meses para domicílios e quinze dias para pontos estratégicos (sucatas, borracharias, cemitérios, construções, entre outros), são fiscalizados todas as dependências dos imóveis e terrenos baldios.
Uma das funções deste agente é inspecionar a área externa do imóvel (quintal, chagão, etc.) verificando todos os depósitos que mostrarem-se favoráveis à proliferação de mosquitos, sempre na presença do morador e com sua autorização. O agente também coleta amostra dos focos encontrados e trata com larvicida – produto utilizado no controle de vetores -, os que apresentam focos, além de repassar orientações educativas ao morador. Já em locais em que há a confirmação de casos, a secretaria municipal, através do Departamento de Vigilância a Saúde (Devs) realiza aplicações com o “fumacê”.
Nesta manhã, 04, a dona de casa Ingrid Melo, 27, recebeu a visita dos agentes de controle de endemias no bairro da Sacramenta. “Eu faço a minha parte dentro de casa. As vezes esqueço de fazer algumas coisas, como virar as garrafas, mas sempre que lembro coloco inclusive, água sanitária, e sempre tiro um dia para fazer a limpeza do quintal”, ressalta Ingrid, que recebeu a notícia da agente de endemias que em sua casa não havia sido encontrado nenhum foco.
Ali próximo, o aposentado Januário Inácio de Souza, 77, teve uma surpresa ao receber os agentes. Após inspeção no quintal do aposentado foi constatado focos do aedes em uma poça de água. “Nunca adoecemos aqui em casa, porque sempre permito a entrada dos agentes e também sempre que posso, limpo o quintal, mas hoje me surpreendi com esse foco”, comentou Januário, que foi orientado a retirar os objetos que podem servir para criadouro do mosquito.
"Os criadouros mais favoráveis à proliferação de Aedes aegypti encontrados pelos agentes de controle de endemias são recipientes artificiais abandonados a céu aberto como pneus, latas, vidros, cacos de garrafa, pratos de vasos, piscinas e lagos artificiais, além de caixas d'água, tonéis, latões e cisternas destampadas ou mal tampadas. São nesses objetos que o morador precisa ficar mais atento para não permitir que água fique acumulada”, explicou o coordenador da Divisão de Controle de Endemias, David Rosário.
Com a identificação do vírus chikungunya em Belém no ano de 2014, a secretaria passou a reforçar ainda mais as ações de bloqueio de transmissão viral, com as ações dos agentes de endemias, tratamento e eliminação de focos, aplicação de inseticida intradomiciliar e UVB (fumacê). A Vigilância Epidemiológica registrou casos importados de chikungunya até julho de 2016, quando os primeiros casos autóctones foram registrados (transmissão dentro do próprio município) e desde então o município vem registrando casos da doença ao longo do ano, sendo que em 2017 foram notificados 1.548 casos suspeitos, dos quais 940 casos foram confirmados. Já em 2018, até a semana 17 (28 de abril) foram notificados 912 casos suspeitos, sendo que 477 foram confirmados, 225 foram descartados e 210 ainda estão em investigação.
“Nós somos notificados pelos agentes de controle de endemias sobre os casos suspeitos de dengue e chikungunya e realizamos investigação epidemiológica de todos os casos. Na última semana, por exemplo, durante o trabalho realizado no bairro de São Brás, os agentes identificaram casos suspeitos de febre de chikungunya. Até o dia 28 de abril de 2018 foram confirmados por exame laboratorial seis casos de chikungunya no bairro São Brás, e 14 estão em investigação, além dos casos notificados em outros bairros”, explica a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Veronilce Borges, ressaltando ainda que esse número de casos não sinalizam surto no bairro.
Texto: Kezia Carvalho
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								