Biblioteca da Escola Municipal Alda Eutrópio ganha nome de estudante

Com um acervo de quase 3 mil livros, a biblioteca da Escola Municipal Alda Eutrópio foi entregue à comunidade do Tapanã nesta sexta-feira, 10. O espaço, batizado de “Gabriel Cunha da Silva”, recebeu o nome em homenagem a um dos leitores mais ávidos da escola, que faleceu aos 10 anos em dezembro de 2016, vítima de uma pneumonia. O evento reuniu pais, alunos e professores, além do secretário de educação, Marcelo Mazzoli, e do escritor paraense de livros infantis Alfredo Garcia.

A cerimônia foi realizada na presença da mãe de Gabriel, a dona de casa Diana da Cunha, 45. Ela criou os seis filhos todos sozinha, contando com a ajuda do filha mais velho na criação dos menores. Ela sustenta a família fazendo serviços de faxina e vendendo peças de vestuário de porta em porta. Orgulhosa, ela incentiva os irmãos de Gabriel a seguirem o exemplo dele. “Ele era uma criança maravilhosa, sempre pegava um livro aqui na biblioteca e levava pra ler em casa”, lembra. “As meninas aprenderam a gostar da leitura porque sempre viam ele com um livro”, acrescenta.

O evento contou com a culminância do “Lendo e Relendo”, projeto ligado ao Sistema Municipal de Bibliotecas Escolares (Sismube) que desenvolve diariamente diversas ações como a dos “Trovadores da Alegria”, o “Baú de Histórias” e “Memórias da Literatura do Pará” para reforçar o processo de alfabetização dos mais de 70 mil estudantes da rede.

Esse incentivo já conferiu à capital paraense o título de “Município Leitor”, concedido pelo projeto “Trilhas”, do Instituto Natura. A cidade foi avaliada a partir de suas experiências de mobilização para a leitura, do potencial para transformar a realidade local e da capacidade de inspirar cidades por todo o país.

Para a diretora da escola do Tapanã, Elizângela Jordão, a biblioteca é um espaço vivo de convivência que proporciona momentos lúdicos de interação entre os estudantes e o universo da leitura. “Valorizar o momento de visita das crianças à biblioteca é fundamental para reforçar o trabalho realizado pelas professoras em sala de aula e melhorar o desempenho escolar dos alunos”, afirma.

Durante a programação de entrega do espaço de leitura, os estudantes apresentaram peças teatrais e declamaram poesias. Vestida de princesa, Pâmela Ataíde, de 6 anos, decorou uma poesia especialmente para o dia. “Eu gosto muito dos livros, porque me ajudam a aprender melhor e a gente se diverte com as histórias”, conta.

De acordo com a coordenadora do Sismube da Semec, Georgette Albuquerque, os investimentos em projetos com ênfase na leitura e na escrita contribuem para que o município obtenha boas posições em avaliações do Ministério da Educação (MEC), como o que apura o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). “Nossa cidade já é referência no Ideb, e para nós é muito gratificante ver que o nosso trabalho está trazendo resultados significativos para a rede”, avalia.

Investimentos – Desde 2014 Belém atende ao que prevê a Lei nº 12.224 que estabelece que até 2022 todas as escolas públicas tenham biblioteca. A capital saiu na frente e já instalou salas de leitura em todas as escolas municipais. A rede municipal de ensino conta, hoje, com 123 professores nas bibliotecas, que se dedicam a fomentar o hábito da leitura entre os estudantes.

* Por Heloíse Meneses, da Semec.

Texto: Luis Miranda

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