“Isso é uma esquina, mas parecia mesmo um depósito de utensílios de casa. Era máquina de lavar, fogão, fora os pneus velhos”, diz o autônomo Eduardo dos Santos, 63 anos, morador do bairro da Brasília, em Outeiro. Ele acompanhou de perto o trabalho das equipes de limpeza da Prefeitura de Belém, que realizou um mutirão no distrito durante o último final de semana.
Outeiro foi o 11º local a receber o mutirão de limpeza, executado pela Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan), que terminou nesta segunda-feira, 6, retirando das vias públicas cerca de 800 toneladas de lixo e entulho.
Para Eduardo, essa foi uma das melhores ações dos últimos tempos, e que vai garantir a saúde da sua família e dos moradores daquela área. “A gente foi contemplado há pouco tempo com o asfaltamento da nossa rua (a rua das Orquídeas) e a população não sabe manter ela limpa? A gente precisa ter consciência de que esse entulho todo pode virar criadouro de mosquito. Com esse mutirão, a gente vai se manter livre deles”, afirma.
A ação já percorreu bairros como Jurunas, Condor, parte da Cidade Velha, Benguí, Parque Verde e Curió-Utinga. Nos dez primeiros bairros atendidos, somente este ano, o volume recolhido já ultrapassa 2.850 toneladas, o que representa uma média de 1.000 caçambas cheias.
O mutirão de limpeza visa à redução dos casos de dengue na comunidade atendida. De acordo com levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), o lixo e entulho são apontados como os principais criadouros do mosquito Aedes Aegypti, uma vez que, mal armazenados ou dispostos de forma irregular em vias e residências, podem acumular água e facilitar a reprodução do mosquito transmissor da dengue, da zika e da chikungunya.
O titular da Sesan, Thalles Belo, reforça o pedido para que a população também aja como órgão fiscalizador no combate ao descarte irregular de lixo e entulho. "Precisamos contar mais com o apoio da população, que não deve jogar lixo e entulho na via pública e margens de canais. De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, quem produz entulho é responsável em dar a destinação final adequada”, explicou. “Ainda assim, a Prefeitura de Belém gasta por mês mais de R$ 2 milhões para recolher das ruas o lixo descartado de forma irregular”, acrescentou Thalles.
Texto: Karla Pereira
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								