O forte odor que tem incomodado a população que no Distrito de Outeiro e adjacências levou a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) a interditar duas empresas que funcionam naquela área, durante operação realizada na manhã desta sexta-feira, 10.
O prazo do auto de interdito começa a valer a partir do próximo sábado, dia 18, período estimado para que as empresas Repar – Reciclagem Industrial de Animais Ltda. e o Curtume Ideal têm para encerrar o processo de recebimento de mercadoria e paralisação das atividades. Já o Curtume Couto do Norte, passou por uma avaliação do processo de curtimento, quando foi solicitada a documentação de licenciamento que deverá ser entregue à Semma no prazo de cinco dias úteis.
Devido às diversas denúncias de moradores da área, sobre o odor liberado pelas empresas notificadas, a secretaria realizou a operação como medida cautelar, visando o fechamento temporário até que se cumpram as determinações estipuladas, de melhoramento e adequação do sistema do tratamento de efluentes da atividade exercida por cada uma.
“As empresas que são objeto da nossa fiscalização receberam hoje este auto, e vai ser realizada uma interdição temporária, para incentivar os responsáveis à discutir conosco – enquanto órgão ambiental –, buscando soluções imediatas para solucionar essa situação do forte odor. A Secretaria está sendo motivada não somente pela sociedade, mas também pelo Ministério Público”, explicou a chefe de fiscalização da Semma, Ivanelma Gomes.
Durante a semana, representantes da Ideal e Repar deverão reunir com a equipe técnica da Secretaria de Meio Ambiente para definir estratégias, e assim que o prazo de interdição estiver valendo, a Semma fará o acompanhamento para certificar que as empresas estão cumprindo a medida.
Denúncias – A dona de casa Luciana Santos, de 28 anos, mãe da pequena Luana Vitória, de 7, é moradora há cerca de 20 anos do bairro, e é uma das pessoas que está sofrendo com o odor que toma conta da área. “Minha filha já chegou a passar mal por conta desse cheiro, foram crises de vômito, ela não estava mais suportando isso. Hoje até a nossa refeição ficou comprometida. Como alguém consegue comer sentindo isso toda hora? E, estender uma roupa limpa no varal é pedir para sair cheirando a podridão”, relatou.
Assim como ela, dezenas de pessoas que residem nas proximidades reclamam da situação. O roçadeiro Ananiel Trindade, de 39 anos afirmou que o trabalho da Prefeitura, de estar fiscalizando essas empresas de forma enérgica é a solução para o problema. “A gente quer ver a solução. O desejo não é para que feche um local que gera empregos para diversas famílias da região, mas sim, uma preocupação maior com quem mora aqui. Essa fiscalização que está sendo feita hoje nos dá a certeza que algo vai mudar para melhor, é nossa esperança”, afirmou.
Quem quiser denunciar crimes ambientais aos órgãos de fiscalização ambiental ou sanitária, pode fazer isso direto na sede da Semma (Tv. Quintino Bocaiúva, 2078) ou ligar para o 190. Para o departamento de Vigilância Sanitária, as reclamações e denúncias podem ser realizadas pelo número 3344-1754.
Texto: Karla Pereira
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								