Amor e valorização do idoso como sujeito ativo. É assim que a idealizadora do serviço de fisioterapia para a terceira idade, desenvolvido na Unidade Municipal de Saúde da Marambaia, Tatiane Bahia do Vale, define o trabalho. "É com muito amor que desenvolvemos esse serviço com os idosos aqui na Marambaia. É preciso que eles entendam que é possível envelhecer com saúde e se empoderem dos meios para isso. Esse é o nosso foco", diz ela.
Mais de 100 idosos fazem parte do serviço que é oferecido no período da manhã e tarde. Três vezes na semana são realizados exercícios de equilíbrio; fortalecimento muscular; relaxamento e coordenação, que envolve dança, levantamento de peso e corrida.
Além da cura de deficiências ou debilidades em decorrência da idade, muitos idosos procuram e veem o serviço, também, como fonte de integração social, tornando-se amigos uns dos outros.
“Quando se trabalha em grupo é preciso fazer com que cada um que faz parte se sinta integrado a tudo. Nós buscamos oportunizar o fortalecimento dos pares. São pessoas da mesma idade, eles são amigos e isso é muito bom porque fortalece os laços e formam redes de apoio. Um ajuda o outro, aqui e fora daqui”, diz a fisioterapeuta, Tatiane Bahia.
É o caso de Ivone Freire de Oliveira, de 76 anos, que, após a perda do marido, entrou em depressão, o que acarretou vários problemas de saúde, entre eles, a fraqueza na musculatura das pernas e coluna. Por conta disso, dona Ivone conta que caía muito e, com o passar dos dias, o quadro clínico só piorava.
“Para eu chegar até aqui, muitas coisas aconteceram. Foi um acumulado de problemas. Mas, o que me abalou mesmo foi o falecimento do meu marido. Eu fiquei sozinha, dependente dos filhos e eles não tinham experiência para lidar com esses problemas. Começaram a aparecer em mim várias doenças, foi então que eu vim pra cá, ainda muito triste”, lembra.
Por conta das muitas quedas sofridas, também nas aulas de fisioterapia, dona Ivone foi apelidada por seus amigos de rabiola, em alusão ao brinquedo infantil que quebra e cai facilmente. Hoje, com alegria e vontade de viver, a idosa lembra dos altos e baixos até a melhoria.
“Em todos os lugares eu caía. Aqui na fisioterapia mesmo eu era toda desequilibrada. Por isso, eu fui apelidada de rabiola por meus amigos e pegou, sou conhecida assim. Pra mim, só o fato de estar aqui com minhas amigas já é uma grande felicidade. Hoje eu estou com uma qualidade de vida que nem se compara antes de chegar aqui. Eu moro sozinha, ando, danço. Eu estou feliz”, afirma.
Frequentes tonturas e esquecimentos aliados a dores no corpo, foi o que fez Rosa Brandão Dias, de 79 anos, procurar as atividades de fisioterapia da UMS Marambaia há um ano. “Eu morava em Salinas, mas meu filho me convidou para morar com ele aqui e eu vim. Notei que eu estava com esquecimentos e um formigamento nas pernas, por isso vim pra cá. Eu me sinto muito bem nessa integração. Eu gosto dos exercícios, de conversar com meus colegas, assim, aos poucos, vou melhorando. Sou muito grata por este serviço”, conta Rosa Brandão.
Fisioterapia para idosos
As atividades fisioterápicas são realizadas pela parte da manhã, às segundas, terças e quintas-feiras e à tarde, às segundas, quartas e sextas-feiras na UMS da Marambaia, localizada no KM 01 da Avenida Augusto Montenegro. Os encaminhamentos são realizados na própria Unidade ou por outros centros de saúde.
Antes de iniciar os exercícios físicos, os idosos passam por uma avaliação com os fisioterapeutas responsáveis. A análise leva em consideração a condição cardiorrespiratória e a flexibilidade muscular, com o objetivo de saber se o paciente tem condições físicas para entrar no grupo. Além disso, é preciso que o idoso apresente um laudo emitido por um médico cardiologista.
Texto: Alberto Dergan
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								