Projeto de bicicletas compartilhadas desperta novos olhares sobre a cidade

Os passeios pela cidade se tornaram mais agradáveis, e quase diários, para a empresária Nádia Garcia e sua filha Maria Luiza Lyra, estudante de 14 anos. Isso porque elas já estão usufruindo do projeto Bike Belém, de bicicletas compartilhadas, que foi lançado no dia 02 de abril, pela Prefeitura de Belém, em parceria com a Hapvida Saúde e com a empresa concessionária Samba Transportes Sustentáveis.

Mãe e filha não perderam tempo e assim que o serviço ficou disponível se cadastraram e estão super empolgadas. Nádia pratica exercícios físicos há pouco tempo, agora une o útil ao agradável, e enquanto passeia pelas ruas de Belém, aproveita para exercitar o corpo. “Estou precisando ganhar condicionamento físico e achei um incentivo que são as bicicletas compartilhadas. Uso praticamente todos os dias e estou gostando muito, sem contar que o passeio se torna mais rápido e atrativo”, comentou.

Em um pouco mais de dez dias que o projeto começou a funcionar, já tem mais de 1.500 pessoas cadastradas e quase 2000 viagens realizadas pelos usuários. Ao total são onze estações, localizadas nos bairros Cidade Velha, Jurunas, Umarizal, Batista Campos e Campina. O objetivo é que até o final do ano mais estações sejam instaladas, o número vai crescendo de acordo com a utilização das pessoas.

A estudante Maria Luiza, que acompanha a mãe nos passeios, gostou tanto que usa mais de uma vez por dia. “Eu vou passeando pelos pontos turísticos de Belém, locais onde têm as estações das bicicletas e já vejo a cidade com outros olhos, pois é um passeio diferente e muito bom, agora passo muito pela Estação das Docas, Praça Batista Campos, Theatro da Paz e outros locais”, diz Maria Luiza.

Para a diretora de Turismo da Belemtur- Coordenadoria Municipal de Turismo, Bianca Franco, o projeto incentiva a população e os turistas a visitarem os pontos turísticos da cidade. “O Bike Belém possibilita uma nova forma de se realizar um roteiro turístico. A pessoa pode andar por toda a área central e histórica da cidade utilizando essas bicicletas. Realizar estes roteiros, passeios com as bicicletas compartilhadas está diretamente ligado ao turismo sustentável que se tanto busca hoje em dia. Uma vez que a pessoa não utiliza um carro ou ônibus. Isso ajuda a não poluir o meio ambiente e diminui o tráfego de carros na região mais antiga de Belém”, frisou.

Para usar o sistema compartilhado é preciso preencher um cadastro pelo aplicativo Bike Belém, disponível para iOS e Android, ou pela internet (www.bikebelem.com) e adquirir o passe Samba. É necessário inserir um número de cartão de crédito para garantir a cobrança do cadastro bem como das tarifas excedentes caso necessário. Para retirar a bicicleta, basta o usuário solicitar via aplicativo.

Os preços são de R$ 5 para passes diários e R$ 10 para passes mensais. Cada passeio pode ser feito em até 60 minutos. Depois desse tempo é necessário que o usuário devolva a bicicleta em uma das estações e aguarde um intervalo de pelo menos 15 minutos para poder utilizar novamente o equipamento. O usuário pode ficar à vontade para retirar a bicicleta em uma estação e devolver em outra.

Belém tem 63,521 quilômetros de ciclofaixas e 20,030 de ciclovias. Até o final deste ano serão implantados por toda a cidade mais de 135 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas, o que garantirá mais segurança para os ciclistas.

A atleta Clívia Portal já é acostumada a participar de corridas, frequentar academia e é totalmente geração saúde. Ela tinha vontade de fazer exercícios pedalando, porém ainda não tem uma bicicleta e ficou entusiasmada quando soube do projeto, tanto que adquiriu logo o passe. “Agora me reúno com grupos de amigos ciclistas e praticamos exercícios à noite, é muito divertido. Belém precisava disso, a população merece. Além de usar para praticar exercício,uso nos finais de semana para passear e até fazer amizades, como já aconteceu”.

Esse é um dos objetivos do projeto, trazer um pouco mais de saúde à população paraense.“Queremos despertar o desejo da prática de esportes atrelada à prevenção à saúde. O projeto é acontecimento na capital. Todos estão abraçando a causa, são muitos cadastros e muitas utilizações”, pontuou Tarita Guilhon, superintendente da Hapvida Região Norte.

As bicicletas têm fabricação 100% nacional, pesam em torno de 16 quilos, possuem quadro em alumínio com design diferenciado, três marchas, selins com altura regulável, guidão emborrachado, acessórios de sinalização, sistema de identificação e trava eletrônica. As estações são alimentadas por energia solar e monitoradas em tempo real 24h. As bicicletas possuem um chip para identificar com qual usuário o equipamento está. Ele identifica também quanto tempo a bike está fora da estação e em qual estação ela se encontra.

O engenheiro mecânico Luciano Andrade é uma prova da repercussão do projeto, ele conta que muitas pessoas já pedem informações para ele. “Por onde eu vou as pessoas ficam me perguntando como faz para ter acesso, o valor e locais onde estão disponíveis, o interesse é grande. Eu sou até suspeito para falar, pois sou apaixonado por bicicleta e agora posso usar todos os dias por causa do projeto, meu desejo é que venham mais estações e mais bicicletas”, disse o engenheiro.

Belém é a primeira capital da região Norte a receber o projeto, que já é sucesso em várias cidades do país.

Texto: Priscylla Gester

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