Uma alvorada com fogos de artifício chamou a atenção dos moradores do Distrito de Outeiro. Foi o começo das comemorações do aniversário da ilha, que completa 123 anos de história nesta quinta-feira, 14. Além da alvorada, uma missa solene em Ação de Graças pelo aniversário do Distrito, café da manhã com lideranças comunitárias e plantio de árvores marcaram as comemorações.

A missa solene foi celebrada pelo padre Maurício Dias, na Igreja Nossa Senhora da Conceição, no bairro de São João de Outeiro. Em sua homilia, o religioso destacou que "Deus nos dá essa beleza, tudo que é bom nessa ilha e é através dessa beleza que ele se mostra para nós". Padre Maurício também pediu "que graças sejam concedidas a todos aqueles que cuidam e ajudam a conservar a nossa ilha".

A Escola Bosque, referência quando se fala de Outeiro, comemorou o aniversário da ilha com um café da manhã reunindo as lideranças comunitárias. Foi lá que Leonildes Soares, de 71 anos, uma líder veterana na ilha, contou que quando chegou em Outeiro, na década de 90, "andava de carroça, de carro de lixo, de tudo eu já andei". Ela mora na zona rural da ilha e tem um sítio onde desenvolve agricultura familiar. A estrada que dava acesso ao sítio era cheia de lamas e buracos. "Agora tá tudo maravilhoso e os meus produtos escoam", conta a liderança.

No ato, a Funbosque anunciou que vai construir o Eco Museu, uma exposição permanente para contar a história da ilha. A fase de pesquisa e documentação deve começar na próxima semana. Outro presente para Outeiro foi a chegada do projeto Florir Belém. O projeto, já em andamento na capital, tem como objetivo fazer o paisagismo e a recuperação dos espaços públicos da cidade. Em Outeiro foram plantadas 123 mudas, no estacionamento da Praia do Amor.

"Todo o plantio segue o código de arborização de Belém", explica o diretor geral da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Cláudio Mercês. Entre as espécies estão ipês- rosas, andirá-uxi, cássia, mogno, mangueira e samaumeira.

A Semma também trouxe para Outeiro os primeiros minitratores que farão a recuperação do solo de várias áreas verdes do Distrito.

Apesar das dificuldades enfrentadas devido a crise econômica no país, a administradora do Distrito, Elizete Carsoso, destaca que "a Prefeitura não deixou de olhar para a população de Outeiro. Antes não tinha ônibus, a unidade de saúde e família não funcionavam, não tinha asfalto, ou seja, ao longo desses anos, a nossa gestão deu uma atenção especial para a ilha".

Para encerrar as homenagens ao Distrito de Outeiro, o poeta Apolo Bastos, conhecido como Apolo de Caratateua, explica em versos o nome original do Distrito: "ilha de Caratateua, de formato original, vem do tupi-guarani, vocabulário ancestral, […] está escrito no mapa, você pode confirmar e só pra quem duvidar é que eu volto a afirmar, que esta ilha querida de Belém do Pará é a Caratateua que digo sem medo de errar!".

A programação em comemoração aos 123 anos de Outeiro retorna neste sábado, 16, com uma ação de cidadania para a população.

Texto: Igor Pereira