Professores municipais são treinados para identificar alunos com problemas visuais

A dificuldade de enxergar pode ser um entrave ao bom rendimento de quem está na fase escolar. Nesta sexta-feira, 01, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Programa Saúde na Escola (PSE) e do Centro de Especialidades Médicas e Odontológicas (Cemo), realizou a capacitação de professores e servidores da educação que vão atuar na triagem oftalmológica de alunos na Escola Bosque, em Outeiro.

Cerca de 2 mil alunos da escola vão passar pela avaliação, que será feita em sala de aula, conforme cronograma estabelecido pela escola. A qualificação de servidores da educação está prevista nas diretrizes do PSE e do projeto Olhar Brasil, do Ministério da Saúde, que visa identificar e solucionar problemas visuais em alunos da rede pública.

De acordo com o coordenador do PSE, Márcio Nascimento, a iniciativa é uma forma de triar os alunos com dificuldades na visão no ambiente escolar, onde as dificuldades ocasionadas pelos problemas visuais podem ter grande influência. “A educação e a saúde estão nesta parceria para sensibilizar o professor a perceber quando o aluno precisa fazer mais esforço para enxergar, reclama de dor de cabeça ou tem baixo rendimento, e encaminhar esta criança para o Cemo para que seja feita a confirmação do problema oftalmológico e, posteriormente, seguimento com tratamento ou óculos”, explica.

Os professores receberam as orientações do Cemo e puderam esclarecer dúvidas. “Estamos orientando os professores para a aplicação da escala optométrica (diagrama utilizado para avaliar a acuidade visual por meio da posição e tamanho de símbolos), com critérios e identificação das crianças com dificuldades. É um teste que tem que ser feito com paciência, tranquilidade e observando a idade e o comportamento da criança. Em muitos casos, os alunos têm vergonha de falar sobre a dificuldade de enxergar porque não quer usar óculos ou porque não sabe se expressar”, ressalta José Melo, técnico em óptica oftalmológica do Cemo.

Os óculos são cedidos gratuitamente pelo Cemo, como parte do projeto Olhar Brasil. Para a pedagoga Jacimeire Souza, a triagem é um importante desafio para a educação. “Vamos trabalhar para que haja aceitação do atendimento e encaminhamento entre a comunidade escolar e os responsáveis”, afirma, sendo complementada pelo professor de Educação Especial, Luís Uchoa. “Os professores ajudando, contribuem para o próprio desempenho dos alunos em sala de aula.”

Reativado em 2015, o projeto Olhar Brasil já atendeu mais de 800 crianças de 20 escolas das redes públicas municipal e estadual e tem como meta atingir 5 mil crianças por ano. As qualificações de professores vão continuar durante todo o ano, conforme agenda do PSE, em consonância com as escolas.

Texto: Paula Barbosa

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