Desde que o vírus zika começou a alastrar-se pelo país, a população tem ficado em alerta para a importância de se prevenir contra o vírus, principalmente devido à relação entre a infecção por zika e a microcefalia em fetos. No entanto, ainda existem muitas dúvidas sobre a doença e seus possíveis agravos. Visando esclarecer as dúvidas de profissionais e estudantes da área da saúde, e demais interessados, foi realizado, na manhã desta quinta-feira, 11, o evento “4 horas de Zika: mitos e verdades”, que reuniu diversos especialistas na área. A palestra, organizada pela Academia Brasileira de Neurologia, com o apoio da Prefeitura de Belém e outros órgãos públicos, aconteceu no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia.
A médica infectologista Rita Medeiros foi uma das palestrantes do evento e explica o que vem sendo comprovado sobre a doença em âmbito mundial. “O vírus tem demonstrado potencial de infecções congênitas e infecções para o bebê, e isso vem sendo confirmado pelos artigos científicos publicados recentemente, porém a proporção, ainda não sabemos, ainda há muitas dúvidas. O que orientamos é que todas as mulheres grávidas, e que almejam engravidar, se previnam da picada do mosquito”, destacou.
A estudante de medicina Maria Campos, de 22 anos, participou da palestra buscando mais informações sobre a doença. “Pelo fato de ser da área da saúde as pessoas me perguntam bastante sobre os sintomas e como diferenciar da dengue. Então vim aqui buscando esclarecer essas dúvidas e estou saindo sabendo bem mais informada do que esperava”, contou.
De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), os primeiros casos suspeitos da doença começaram a ser notificados, em Belém, no mês de Maio de 2015. No período de maio até 02 de janeiro de 2016, foram notificados 906 casos suspeitos da Febre do Zika Vírus, dos quais 43 foram confirmados por critério laboratorial pelo Instituto Evandro Chagas. Destes, 34 notificados em mulheres gestantes e apenas 3 confirmados.
Ainda durante o evento “4 horas de Zika: mitos e verdades”, o titular da Sesma, Sérgio Figueiredo, ressaltou a importância da participação das pessoas no combate à doença e enfatizou as providências que estão sendo tomadas para amenizar os riscos de proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. “O poder público não pode combater sozinho. É muito importante a participação de todos, cada um tem que fazer o seu papel. Contratamos 400 novos agentes de endemias e também estamos com o apoio do Exército, com 100 homens. Ao todo, estamos com quase mil pessoas nas ruas”, detalhou Sério Figueiredo.
Diariamente, os agentes fazem visitas domiciliares de controle vetorial; Bloqueios de Transmissão Viral, com o objetivo de impedir a dispersão do Aedes aegypti e o surgimento de novos casos; controle químico nos locais onde esses casos surgem; vistorias periódicas em obras de construção com tratamento focal e perifocal; além de palestras e oficinas em escolas, centros, igrejas, empresas, etc., com o objetivo de informar e educar os diversos segmentos da sociedade acerca dessas endemias.
A Sesma também tem realizado mutirões nos bairros e disponibilizado os telefones do Disque Endemias 3344-2466 para denúncias da população em caso de presença de mosquitos e focos suspeitos ou 98417-3985 para casos suspeitos de dengue, zika e chikungunya.
Texto: Andreza Carvalho