A Fundação Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira recebeu neste sábado,05, a Primeira Feira de Artesanato da Ilha de Caratateua que expôs o trabalho de artesãos, poetas e músicos das ilhas de Outeiro, Icoaraci, Cotijuba e Jutuba. A iniciativa da Prefeitura de Belém visa valorizar e incentivar a produção e o desenvolvimento cultural e artístico locais.
A feira foi bem recebida pelos 15 artesãos que puderam expor e comercializar seus produtos feitos de diversos tipos de materiais como cerâmica, sementes, raízes, palha, barro, madeira, resíduos sólidos reciclados e crochê.
O artesão Adriano de Sena trabalha há seis anos com a confecção de arranjos florais a partir de materiais que ele coleta na própria natureza do lugar, como sementes, ouriço e casca de coco. “São necessárias mais feiras como esta que serviu para mostrar nosso trabalho e valorizar o que produzimos utilizando o próprio potencial da ilha”, defendeu Adriano.
Para a artesã Deise Santos foi uma oportunidade de ampliar a visibilidade do negócio. “Nosso trabalho fica mais conhecido quando expomos em feiras e ganhamos novos clientes. Hoje, eu já ampliei minha clientela e fiz uma boa venda aqui”, comemora a artesã. Há 15 anos na ilha de Outeiro, Deise trabalha com criação de biojóias e reciclagem de garrafas e caixas de leite.
Outro trabalho bastante procurado na feira foi a produção, a partir de látex, da comunidade Paulo Fonteles, localizada na ilha de Mosqueiro. Com o elemento extraído das seringueiras a própria comunidade elabora objetos de borracha, como jogos de jantar americano e bolsas. De acordo com o coordenador interino do Ecomuseu da Amazônia, Vinícius Pacheco, o projeto visa preservar as seringueiras do local. “O diferencial desse produto é a grande durabilidade ao mesmo tempo que é um projeto sustentável e gera renda para toda a comunidade. Por isso, trouxemos para dar visibilidade nesta feira”, explica Pacheco.
O poeta Apolo da Caratateua aproveitou a feira para apresentar o primeiro livro de sua autoria, o Gapuiando Sonhos na Ilha de Caratateua, lançado este ano. “Este tipo de evento é fundamental para mostrar e até levar para fora daqui o que produzimos na ilha. Aqui tem produções muito boas que precisam ser vistas e conhecidas”, enfatiza o poeta.
Segundo a presidente da Funbosque, Carol Resende, a realização da feira atende a um pedido dos próprios moradores de um espaço para apresentarem suas produções. “Com recursos da prefeitura decidimos realizar esta primeira feira de artesanato, aliando a necessidade da comunidade com o intuito de gerar renda e lucro para essas pessoas, com iniciativas de preservação ambiental, que é nossa proposta de trabalho”, ressalta a presidente.
Cerca de 10 artistas também apresentaram seus trabalhos musicais animando a visitação à feira. O evento foi realizado pela Coordenação de Apoio à Comunidade da Funbosque junto com o projeto de extensão pedagógico Ecomuseu da Amazônia.
Texto: Jaqueline Ferreira