Órgãos fiscalizam a manipulação e venda de tucupi e maniva no Ver-o-Peso

Técnicos do Departamento de Vigilância Sanitária (Devisa), da Secretaria Municipal de Economia (Secon) e do Ministério Público percorreram na manhã desta quinta-feira,12, o Complexo do Ver-o-Peso para fazer um levantamento da atual situação de manipulação e comercialização do tucupi e da maniva.

A vistoria visa a elaboração de laudos para identificação da qualidade do tucupi e da maniva em Belém, bem como a elaboração de legislação para a comercialização da maniva crua e a aplicação, em breve, da legislação de produtos artesanais – Lei Estadual Nº 7.565/10 e Decreto Nº 480/12.

Tanto a lei quanto o decreto regulamentam o licenciamento de estabelecimentos processadores, registro e comercialização de produtos artesanais comestíveis de origem animal e vegetal no Estado do Pará, com objetivo de implantar as boas práticas de fabricação.

Feirante do Ver-o-Peso há 46 anos, seu Antônio Trindade Lobato, é permissionário do Box nº 23, e disse que já trabalha com maniva e tucupi há 28 anos. Ele recebeu os profissionais com atenção e contou um pouco da sua história e de como faz a manipulação dos dois alimentos, além de outros produtos regionais em sua barraca. O feirante também se mostrou disposto a seguir a legislação.

“Aprendi com meus pais e meus avós a cozinhar e a produzir o tucupi e a maniva. São técnicas antigas, que estou de acordo que sejam modernizadas. Vou esperar passar o Carnaval e vou lá na Adepará atrás de mais informações para que meu produto tenha rótulo”, prometeu o feirante.

Durante a vistoria, foram encontrados pontos sem higiene, tachos de cozimento de maniva, boxes sujos, manipulação inadequada, maniva exposta, tucupi em garrafas reutilizadas e outras irregularidades. A equipe de vistoria aplicou questionários aos feirantes a fim de identificar a procedência do produto, as técnicas de manipulação utilizadas e as condições de saúde dos manipuladores.

De acordo com a Secon, 26 barracas dentro do Complexo do Ver-o-Peso estão voltadas para a venda de tucupi e de maniva. Por isso, já está sendo viabilizada a formação de uma cooperativa para este segmento.

De acordo com Mariza Dantas, técnica da Divisão de Alimentos do Devisa/Sesma, o diagnóstico do Ver-o-Peso está dentro do esperado, mas a equipe voltará ao local para coletar amostras dos produtos para serem analisadas em laboratório e posterior monitoramento da qualidade.

“A Vigilância Sanitária já possui um posto dentro do Ver-o-Peso, por isso esses vendedores estão sendo orientados há algum tempo. Com a informação de que haverá uma cooperativa, ficamos mais aliviados, pois eles poderão ser orientados e fiscalizados como indústria, com o peso do trabalho artesanal que realizam. Queremos que eles se adequem para que sejam competitivos no mercado, com qualidade e produto seguro para o consumidor”, ressaltou a técnica do Devisa/Sesma.

Texto: Paula Barbosa

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