Belém tem seis casos de febre Chikungunya confirmados

A Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) confirmou seis casos importados da febre Chikungunya. Do início do ano até agora, 20 casos foram notificados pela Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria (DVE/Sesma), dos quais seis foram confirmados laboratorialmente, cinco estão aguardando resultados e nove foram descartados.
De acordo com a chefe da DVE/Sesma, Leila Flores, os casos importados são aqueles cujos pacientes adquiriram a doença em outro País. “Ainda não temos registros de transmissão da doença em solo paraense. Os casos confirmados são de pessoas que estavam em área de transmissão do vírus. A doença é endêmica nos países do sudeste da Ásia, África e Oceania. Em 2013, chegou à região das Américas, com registro de transmissão autóctone em vários países do Caribe”, explica.
A febre Chikungunya é causada por um vírus do gênero Alphavirus, transmitida por mosquitos do gênero Aedes, sendo Ae. aegypti e Ae. albopictus os principais vetores. O período médio de incubação é de três a sete dias (podendo variar de um a doze dias).
A doença pode manifestar-se clinicamente de três formas: aguda, subaguda e crônica. Na fase aguda, os sintomas aparecem de forma brusca e compreendem febre alta, cefaleia, mialgia e artralgia (predominantemente nas extremidades e nas grandes articulações). Também é frequente a ocorrência de exantema maculopapular (vermelhidão na pele).

De acordo com a chefe da DVE/Sesma, os sintomas costumam persistir por sete a dez dias, mas a dor nas articulações pode durar meses ou anos e, em certos casos, converter-se em uma dor crônica incapacitante para algumas pessoas.

“Não existe tratamento específico nem vacina disponível para prevenir a infecção por esse vírus. O tratamento sintomático é o indicado. Os médicos da rede já estão passando por treinamento para identificar os possíveis casos de Chikungunya e como tratar a doença, que tem nas intensas dores articulares a diferença sintomática da dengue”, alerta Leila Flores.

Monitoramento – Em 2010, quando o Brasil registrou três casos importados da doença, o Ministério da Saúde passou a monitorar continuamente a situação do vírus causador da febre Chikungunya. Em 2014, até a semana epidemiológica de nº 43, o Brasil já tem 828 casos de febre Chikungunya, sendo 155 confirmados por critério laboratorial e 673 por critério clínico-epidemiológico.

Do total, são 39 casos importados de pessoas que viajaram para países com transmissão da doença e os outros 789 foram diagnosticados em pessoas sem registro de viagem internacional para países onde ocorre a transmissão. Esses casos, chamados de autóctones, foram registrados nos municípios de Oiapoque (AP), Feira de Santana (BA), Riachão do Jacuípe (BA) e Matozinhos (MG).

Para tentar evitar que o vírus se espalhe pelo país, o Ministério da Saúde tem reunido constantemente com os profissionais de saúde para elaboração de protocolos de atendimento e plano de contingência. Em Belém, a DVE/Sesma tem divulgado aos profissionais de saúde as informações relativas aos aspectos clínicos da infecção pelo vírus Chikungunya, enfatizando a importância do diagnóstico diferencial para dengue e outras viroses.

“Temos orientado também a esses profissionais que notifiquem imediatamente os casos suspeitos para que possamos intensificar as ações de prevenção e controle do vetor (mosquito) nas áreas de ocorrência dos casos suspeitos, conforme estabelecido nas Diretrizes Nacionais do Programa Nacional de Controle da Dengue. Também pedimos o apoio da população, que evite a formação de criadouro para o mosquito não se proliferar. São as mesmas medidas para o combate à dengue”, reforça Leila.

Texto: Paula Barbosa

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