Professor encontra na superação de alunos o incentivo para a profissão

Há mais de um ano como professor do curso de Garçom no Fundo Ver-o-Sol, órgão da Prefeitura de Belém, Fábio do Nascimento já testemunhou várias histórias de superação e de mudança de vida. “Nesse pouco tempo, já vi de tudo e isso é o que me motiva a continuar ministrando as aulas, mesmo com todas as dificuldades da profissão. Aqui, percebo que estou sendo útil para as pessoas e, de certa forma, estou contribuindo para a melhoria de vida delas”.

Nesta quarta-feira, 15, comemora-se o Dia do Professor, um profissional que desempenha um papel fundamental na sociedade, mas cuja remuneração ainda está quém da sua importância. Para Fábio, que também é filho de professor, exercer a profissão é gratificante e o retorno do aluno recompensa todo o esforço. “Nós aprendemos muito mais do que ensinamos. Eu acordo às duas da manhã para trabalhar, depois venho dar aula e só consigo dormir às onze da noite, mas faço isso com prazer”.

O professor conta que já auxiliou muitos alunos a entrar no mercado de trabalho. “Posso contar vários casos de sucesso. O que mais me comoveu foi o de uma aluna que estava com o marido e o filho internados com Leptospirose, mas ainda assim vinha para aula. Ela era recriminada pela família porque a profissão de garçonete também não é muito valorizada. Mas depois que ela concluiu o curso consegui encaminhá-la ao mercado e ela então passou a sustentar a casa”.

Para Marcos Moraes, que foi aluno de Fábio no Fundo Ver-o-Sol, um professor precisa ter algumas qualidades fundamentais. “Dinamismo, carisma e paciência. É disso que se faz um bom professor. Não basta apenas ter conhecimento, é preciso saber passá-lo, e também ser atencioso, se importar com o aluno. O Fábio é assim, ele já me ajudou muito e, por isso, é uma pessoa muito importante para minha vida”.

Dos vários cursos de capacitação disponibilizados pelo Ver-o-Sol, o de Garçom é um dos mais procurados e o que mais apresenta resultados. Segundo informações do setor de capacitação da entidade, cerca de 80% dos alunos ingressam imediatamente no mercado de trabalho. “Eu pretendo ,sim, continuar dando aulas. Poder ajudar o próximo é um privilégio, porque ganhamos muito mais do que damos, e isso não tem preço”, conclui Nascimento.

Texto: Ísis Margalho

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