Ter a própria renda. Esse é o principal objetivo dos participantes do projeto “Ver-o-Sol no Mosqueiro 2014” do Fundo Ver-o-Sol, encerrado no último dia 30. No total, cerca de 200 pessoas participaram das atividades do projeto, que levou para a bucólica plantões de agentes de crédito, ciclo de palestras e capacitações durante todo o mês de maio.
Nesta quarta-feira ,04, uma equipe de agentes de crédito levará os contratos e entregará os certificados dos participantes do curso de Empreendedorismo em Mosqueiro, na Agência Distrital, de 9h às 11h. Esse curso é um pré-requisito para obtenção de linhas de crédito.
Dos 30 participantes do curso de Empreendedorismo, 18 obtiveram aprovação para liberação de microcrédito. O principal empecilho para o acesso ainda são as restrições. 87% dos microempreendedores que obtêm linhas de crédito são provenientes da economia informal. “Nossa missão é gerar trabalho, e renda por meio do microcrédito, incentivamos essas pessoas a melhorarem o próprio negócio e se prepararem para que no futuro sejam grandes empreendedores”, explica a coordenadora geral do Fundo Ver-o-Sol, Maria de Belém Batista Pereira.
Francisca Vieira de Carvalho Neta, de 45 anos, trabalha há sete anos com venda de confecções. Em média, consegue obter uma renda de R$1.500.00. Foi a primeira a assinar o contrato de liberação de crédito na ilha. Com esse dinheiro, Francisca pretende diversificar os produtos, investindo no ramo de semijoias. “Já tenho um bom fornecedor que me garantirá produtos de qualidade e com um preço bom. O curso de Empreendedorismo, fortaleceu o desejo de me formalizar. Estou colhendo algumas informações sobre como me tornar pessoa jurídica porque eu tenho medo de não conseguir arcar com todas as obrigações tributárias”.
Assim como Francisca, outras pessoas têm dúvidas sobre a formalização. Para o Fundo Ver-o-Sol, sair de pessoa física para jurídica pode representar um ganho para os negócios. “É uma garantia para o microempreendedor que pode fazer o iniciar pelo microempreendedor individual (MEI), que paga uma taxa fixa por mês, podendo acessar linhas mais significativas de crédito, além de toda a seguridade social”, ressalta a coordenadora.
A caminho do próprio negócio
A dona de casa Elisângela Vasconcelos, de 37 anos, é mãe de um casal de gêmeos, de 1 ano e 10 meses. A renda da família gira em torno de um salário mínimo, acrescida de Bolsa Família. Para ela, é muito difícil conseguir um emprego fixo porque as crianças demandam muita atenção, mesmo quando ficam na creche, já que para tudo é necessário a presença dos pais. “Essa semana, a creche não funcionou. Foi complicado para eu fazer o curso porque não tinha com quem deixar as crianças, mas a minha força de vontade e o apoio da turma fez tudo dar certo”, comenta a dona de casa.
Elisângela conta que tem dificuldade de ler e escrever. Isso também torna a caminhada pela própria renda mais difícil. Experimentou o curso de Arranjos Florais e viu nele uma oportunidade de negócio. “Já falei com o meu marido que eu quero fazer arranjos para vender. Aqui em Mosqueiro temos muita matéria-prima e aprendi várias técnicas de como aproveitar toda essa natureza. O meu marido é super companheiro e vai me ajudar até na produção dos arranjos, se precisar”, acrescenta.
Nessa mesma perspectiva, Roseane do Socorro da Silva, de 38 anos, já trabalha no ramo de flores artesanais. Para ela, o Dia das Mães foi ótimo: investiu R$150 e ganhou R$500. “Eu só sabia um jeito de fazer as flores. Aprendi outras técnicas, como utilizar os elementos naturais, perceber a beleza que está aqui por toda a parte. Agora, eu quero e posso muito mais”, enfatiza.
Edivaldo Ferreira Barbosa, de 26 anos, está desempregado. Antes, ele trabalhava em serviços gerais, Soube que estava disponível em Mosqueiro o curso de Garçom e arriscou. “Não tinha ideia de como era o curso, as oportunidades que podem vir dele. O que eu achei mais interessante é a importância do trato com as pessoas, da educação e gentileza”, conta.
Copa
Segundo o instrutor de curso de Garçom, Fábio Nascimento, que atua há 10 anos nessa área, afirma que do mês de junho às férias escolares, aliada a copa e eventos corporativos, o mercado irá demandar cerca de 70% mais garçons. Nesse período, um iniciante pode chegar a ganhar R$150 em uma diária, de 6h. Em geral, na alta temporada, as diárias são de R$120 para iniciantes, enquanto que na baixa, R$70.
Para quem trabalha em restaurantes, bares e clubes em geral, o salário médio, gira em torno de R$2.000.00 mil reais. Nesse período, deve aumentar, no mínimo, 50%. “São muitos eventos na Região Metropolitana de Belém e arredores. É possível perceber um mercado bem aquecido”, afirma o instrutor.
Texto: Ísis Margalho
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								