Entender como Assistência Social e Saúde estão cuidando de pessoas com tuberculose no município de Belém é o objetivo de uma equipe do Ministério da Saúde que estará na capital até esta sexta-feira, 06, numa visita de monitoramento que inclui o projeto “Rede Integrada entre Assistência Social e Assistência à Saúde para o Controle da Tuberculose”, da Secretaria Municipal de Saúde em parceria com a Fundação Papa João XXIII (Funpapa).
Referência no atendimento à população vulnerável, o I Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua – Centro POP de Belém recebeu na manhã desta segunda-feira, 02, os consultores técnicos do Ministério da Saúde, Estefano Cordenoti, Vânia Costa e Cintia Dantas. Os três técnicos compõem uma equipe de oito representantes federais que estarão entre terça e sexta-feira na capital. Eles adiantaram a agenda para conhecer a experiência integrada do município de Belém.
A visita faz parte do Programa Nacional de Controle da Tuberculose e acontece a cada dois anos. “O monitoramento gera um relatório no que diz respeito ao projeto de cada município no controle da doença. Junto à Sesma e Funpapa vamos conhecer a experiência e discutir o desenvolvimento do plano de ação”, explica o consultor técnico do Ministério da Saúde, Estefano Cordenoti.
O projeto busca reduzir o número de casos de abandono do tratamento contra a tuberculose e garantir a cura da doença nas populações vulneráveis. Desde que a estratégia foi implementada este ano, pelas áreas da saúde e assistência social, as equipes vêm trabalhando no município de Belém para promover a cura e o não abandono do tratamento, principalmente entre a população em situação de rua e equipamentos sociais, como Centros de Referência da Assistência Social (Cras).
No I Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua – Centro POP, dezoito testes foram feitos com frequentadores do espaço entre os meses de março e abril deste ano. Dos oito casos identificados, seis pessoas aceitaram iniciar o Tratamento Diretamente Observado (TDO), recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que visa melhorar a qualidade do controle da doença.
A coordenadora do Centro Pop Iacirema Bahia, comemora os primeiros resultados do plano. “O Centro virou referência para os moradores em situação de rua. Aqui é o ponto de acesso dos usuários ao tratamento e cura da doença. A visita de hoje é muito importante pra nós por gerar orientações técnicas para que possamos melhorar o atendimento”, comentou Iacirema.
Visando preparar técnicos e educadores sociais para identificar casos suspeitos da doença, fazer o encaminhamento à Unidade de Saúde e o acompanhamento do tratamento, em parceria com os profissionais da saúde, o projeto se preocupa também em garantir a quebra da cadeia de transmissão da doença. “A doença tem cura, mas a pessoa precisa seguir o tratamento corretamente até o fim. O abandono acaba fazendo com que a tuberculose se torne resistente aos medicamentos. Por isso enfatizamos que o projeto é uma luta de todos”, destacou Carlene Castro, coordenadora municipal de Referência Técnica de Tuberculose e Hanseníase da Secretaria Municipal de Saúde.
Dados da Secretaria Municipal de Saúde revelam que no ano de 2013 foram registrados 1.383 novos casos de tuberculose na cidade. O abandono acaba fazendo com que a tuberculose se torne resistente aos medicamentos. Em 2013, a taxa de abandono de tratamento foi de 11%. Belém é o terceiro município do Brasil em incidência de casos da tuberculose, que corresponde ao número de casos por cem mil habitantes.
Durante a visita, representantes do Ministério da Saúde realizam o monitoramento através reuniões e visitas técnicas a equipamentos sociais. A agenda do Programa Nacional de Controle da Tuberculose inclui atividades com o Município e Estado para conhecer outros pontos do trabalho no combate à doença.
Doença e tratamento
A tuberculose é transmitida pelo o bacilo de Koch. O bacilo é transmitido nas gotículas eliminadas pela respiração, por espirros e pela tosse. Para que a infecção ocorra, é necessário que ele chegue aos alvéolos. Se não alcançar os pulmões, nada acontece. A partir dos alvéolos, porém, pode invadir a corrente linfática e alcançar os gânglios (linfonodos), órgãos de defesa do organismo.
O tratamento é oferecido totalmente de graça pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e tem duração de seis meses. Quando realizado sem interrupções, o paciente é curado e deixa de transmitir a doença logo nas primeiras semanas.
Texto: Denise Soares
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								