Tecnologia é aliada do debate de esporte e lazer em gestão pública

A tecnologia pode ser uma aliada no debate da gestão de políticas públicas. A pandemia do novo coronavírus obrigou a readequação de muitas práticas, uma delas foram os espaços de debate público e político. Para esses novos tempos, a Secretaria Municipal de Esporte, Juventude e Lazer (Sejel) pretende adotar outras formas de diálogo com a sociedade.

Ao longo do último ano, a Sejel reativou as redes sociais e estreitou a relação com a sociedade, por meio do webnário sobre Gestão em Políticas Públicas de Esporte e Lazer em Belém, que reuniu mais de 300 pessoas on-line, em 2021. Entre os participantes estavam gestores públicos, professores, pesquisadores, estudantes de Educação Física, atletas, esportistas e profissionais de outras áreas.

Novas formas de comunicação – Segundo a secretária municipal de Esporte, Juventude e Lazer, Carolina Quemel, a pandemia impôs novas formas de comunicação e planejamento para os gestores públicos.

“Passamos por um ano atípico. A tecnologia e inovação servirão cada vez mais para podermos melhorar a gestão pública. Os esportes também estão se transformando e hoje temos os esportes eletrônicos que devem ganhar mais força e relevância. "A Sejel está atenta a esse novo mundo”, destacou a secretária.

Mesmo com essa transformação, o intuito de toda a política pública da Sejel continua sendo levar o esporte e lazer a toda população de Belém, em especial às populações das periferias.

Visualizações – O webnário conseguiu reunir aproximadamente 250 participantes, que se inscreveram para participar das palestras. Os vídeos do webnário foram assistidos por aproximadamente 780 pessoas por dia, o que totalizou mais de 2.400 visualizações nos quatro dias de evento.

O professor e pesquisador da Universidade Federal do Pará (UFPA) e líder do Centro de Estudos Avançados em Educação e Educação Física (CAE), Carlos Nazareno, que participou dos debates, ressalta que as tecnologias podem ajudar em diversas frentes, no estreitamento da comunicação, entre o serviço público, os gestores e o cidadão.

“Essa mediação e contato precisa acontecer pelas tecnologias que pode ser pela boa presença do serviço público nas redes sociais, estreitamento dessas relações. Esse é o primeiro caminho”, explica o professor.

Aprimoramento – Segundo ele, a tecnologia pode colaborar na formação de pessoal, no aprimoramento do processo de ensino e aprendizagem das pessoas, principalmente das crianças e adolescentes, no ensino do esporte, e no uso de ferramentas tecnológicas para o aprimoramento de treinamentos de atletas profissionais e amadores.

A professora de educação física da rede municipal Cintia Cardoso, de 46 anos, participou do webnário e acredita que a tecnologia colaborou muito com a possibilidade de formações a distância.

“A tecnologia facilitou essa comunicação com pessoas de outros lugares. O seminário teve um professor de Brasília. Achei muito interessante isso, com pessoas de outros lugares, para fazer esse intercâmbio de conhecimento”, assegura.

“A gente fica tão parada na questão da aula em si e não visualiza outros nortes e outras ideias, quando chega uma pessoa de fora com outra visão abre as nossas possibilidades. Há um tempo teria que viajar para outro estado para fazer um curso desse, e o on-line não deixou nada desejar”, complementa.

Debate e reflexões – O coordenador de Esportes da Sejel, Robson Bastos, avalia que a tecnologia propiciou um debate muito rico com reflexões importantes.

“Quem veio fazer o debate tocou muito na questão da avaliação da política pública, não é necessário somente executar, como avaliar qualitativamente a política pública. Quando a gente pensa na atividade, se preocupa com quantitativo, mas não se pensa na avaliação do que está sendo feito", diz.

"O outro ponto foi a lógica da descentralização das políticas. As políticas de esporte e lazer são concentradas nas grandes praças dos centros, e concentrados nos esportes de rendimento e espetáculo. Precisamos levar a política de esportes para os bairros periféricos, para as praças e espaços de lazer”, aponta.

Texto: Vito Gemaque

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