O Complexo do Ver-o-Peso reúne seis espaços tradicionais da capital paraense a Feira do Açaí, Pedra do Peixe, Mercado de Ferro, Mercado Francisco Bolonha, Solar da Beira e a Feira livre. Todos transformados em pontos de encontro dos moradores dos 73 bairros de Belém e turistas, ou seja, o encontro de culturas, costumes e pessoas.
Neste domingo, 27, o celeiro da cultura amazônica, o Complexo do Ver-o-Peso, completa 395 anos de história e para comemorar a data, feirantes e moradores de Belém se reuniram cedo, às 8h, no Mercado de Carne Francisco Bolonha, para a missa de ação de graças, presidida pelo Cura da Sé, cônego Roberto Cavalli.
A dona de casa Fátima Nascimento, de 49 anos, moradora do bairro do Telégrafo, chegou cedo no logradouro para conseguir um lugar e fazer parte da festa. "Eu tô feliz de estar aqui e pedir a Deus e Nossa Senhora derramarem bênçãos no Ver-O-peso e às pessoas que trabalham no espaço, porque é daqui que muita gente sustenta a sua família. Então, precisamos agradecer por esse espaço", disse.
Logo após a missa, os trabalhadores do Complexo do Ver-o-Peso e autoridades se reuniram em frente ao Solar da Beira para cantar parabéns a um dos mais importantes espaços turístico da cidade. Ao som de músicas regionais, muitos feirantes e transeuntes aproveitaram para garantir uma fatia do bolo de 395 anos.
Sorridente, a vendedora de frutas do Ver-o-Peso Vanda Lima Ferreira, de 76 anos, trabalha há 45 anos no logradouro, e garantiu o primeiro lugar na fila. "Eu tô aqui na frente pra garantir meu pedaço do bolo", contou empolgada. Para ela, celebrar o aniversário do Ver-o-Peso, é comemorar as conquistas da família.
"É com o meu trabalho aqui que consigo sustentar a minha família e foi com ele que construí tudo que tenho hoje. Então, tá aqui no aniversário comemorar tudo isso e parabéns ao Ver-o-Peso", festejou a feirante.
Irino Cruz Andrade tem 89 anos e dedicou mais de 25 anos trabalhando no setor de hortifrúti da feira do Ver-o-Peso. O aposentado também revelou a paixão que sente pelo Complexo. “Aqui fiz amigos e tirei meu sustento por longos anos. Vim na missa agradecer pela vida e comemorar junto com meus colegas o aniversário do Ver-o-Peso”, contou o ex-feirante.
Ana Mari Pereira Flor levou o pai, Manoel Flor Neto, que com 91 anos de idade fez questão de ir até o Ver-o-Peso pegar uma fatia de bolo. “Mesmo ameaçando chover, meu pai quis estar aqui. Esse bolo simboliza a prosperidade para o Ver-o-Peso”.
O Vice-prefeito de Belém, Edilson Moura, acompanhado do titular da Secretaria Municipal de Economia (Secon), Apolônio Brasileiro, e parlamentares estaduais, parabenizou as pessoas que fazem parte do dia a dia da feira. Ele destacou os constantes serviços que a Prefeitura Municipal vem fazendo na área.
"Sabemos da importância de termos uma feira higienizada para o feirante trabalhar e as pessoas comprarem suas mercadorias. Tenham certeza, que, apesar do abandono que nossas feiras sofreram nos últimos anos, nós temos esse olhar carinhoso para melhorar a qualidade da feira", destacou Edilson Moura.
Para o titular da Secon “o diferencial desta gestão é administrar o Complexo com a atuação direta dos feirantes. Eles acompanham nossas ações e caminham junto conosco para proporcionar melhorias para a área, como a lavagem que é realizada quinzenalmente em toda a feira, pela Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan), além do contínuo ordenamento da feira realizado pelos os nossos servidores da Secon”.
Ações integradas da Prefeitura caminham para a recuperação do Ver-o-Peso
Em 2021, o Complexo do Ver-o-Peso, especificamente na Doca do Ver-O-Peso, na Pedra do Peixe, a Prefeitura de Belém realizou uma operação histórica, a limpeza que recolheu 10 mil toneladas de resíduos sólidos. Em setembro de 2021, com intuito de ordenar e melhorar a coleta de lixo no local, a Prefeitura entregou dez contêineres com capacidade de mil litros.
Complexo funciona com 1.751 trabalhadores e trabalhadoras cadastrados na Secretaria Municipal de Economia (Secon), em uma área de quase 30 mil metros quadrados. A área comercial é administrada pela Secon, que realiza o ordenamento diário da feira.
Outros órgãos municipais também garantem a limpeza, por meio da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan); segurança, pela Guarda Municipal de Belém (GMB); e transforma o local em cultura e turismo, por meio da Fundação Cultural do Munícipio de Belém (Fumbel).
A presidente da Associação dos Feirantes do Complexo do Ver-o-Peso, Enilce Ribeiro, já está na quarta geração da família que atua no setor de refeição, localizado na plataforma da feira. Ela revelou que “antes os feirantes não eram ouvidos, mas agora faz todo o sentindo ter uma representatividade que dialoga com o poder público”.
Ações de Governo
Segurança – A feira do Ver-o-Peso conta com segurança 24 horas, realizada pela Guarda Municipal de Belém (GMB). São quatro guardas por turno. Além disso, o espaço histórico e turístico recebe também o serviço diário com patrulhamento preventivo e ostensivo no local, com as equipes da ronda preventiva no centro histórico. Diariamente, os agentes circulam na área a pé, com motos e fazem base com viaturas, ou seja, quando a viatura fica parada no local por 1h ou mais, dependendo da movimentação no espaço.
Limpeza – A Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) realiza lavagens rotineiras no Complexo do Ver-o-peso e ainda mantém todas às manhãs 40 homens, um carro compactador e um carro poli-guindaste para acondicionamento, coleta e destinação final de resíduos. Neste domingo, 27, a Sesan realizou serviços de capinação, roçagem, varrição, lavagem, manutenção do sistema de micro-drenagem, lavagem da Pedra do Peixe e da Feira do Açaí.
Cultura – A Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel) forneceu a programação artístico cultural no Ver-o-Peso na celebração dos 406 anos da Cidade de Belém e no Dia Internacional da Mulher, dando suporte à Coordenadoria da Mulher de Belém (Combel). As lavagens no Ver-o-Peso também contaram com apresentações de música e dança.
No Solar da Beira, pertencente ao Complexo do Ver-o-Peso, também foram realizadas as exposições “O verde Belém no acervo do Mabe”, dentro das programações do Setembro Verde, e a exposição de Aquarelas de Artistas Negros, com a cooperação da Coordenadoria Antirracista (Coant), durante o Novembro da Consciência Negra.
Manutenção – Uma equipe técnica da Secretaria de Urbanismo (Seurb) realizou em fevereiro deste ano uma vistoria no portão posterior do Mercado de Ferro. A ação teve o objetivo de mapear os pontos danificados do portão para realizar os serviços emergências de manutenção.
“Nesta vistoria detectamos alguns pontos do portão que estão danificados e, agora, serão refeitos com a análise e aprovação dos demais órgãos patrimoniais (Iphan e Fumbel). O portão também irá receber uma pintura geral que não mudará a sua estética original”, explicou a coordenadora de Patrimônio Histórico da Seurb, Débora Leite.
A Seurb também está trabalhando na manutenção corretiva da mureta de proteção da praça do pescador e realiza rondas e manutenções diárias na iluminação pública do Ver-o-Peso.
“A intenção é melhorar o que for possível, para dar o melhor espaço para quem trabalha e visita o Ver-o-Peso. Em maio de 2021, realizamos uma visita técnica para realizar uma vistoria em toda a área da feira.
A ação teve o objetivo de mapear alguns pontos do complexo, como o piso e a lona, que apresentaram problemas após a obra realizada em 2020 pela gestão anterior”, explica o secretário Municipal de Urbanismo, Deivison Alves.
A visita foi iniciada na Pedra do Peixe, local em que foram detectadas algumas partes danificadas no piso. A vistoria seguiu para os setores da feira, como o de ervas e de refeição, para verificar vazamentos nas lonas.
“Nesta vistoria foram detectados alguns pontos do piso que estavam danificados e, agora, já foram refeitos. Sobre a lona, a empresa colocou um material para corrigir e evitar alguns pontos de goteira”, explicou o diretor de obras da Seurb, Edilberto Abreu.
A obra do Ver-o-Peso possui a garantia de cinco anos, por isso, as áreas que apresentaram falhas foram corrigidas, sem custo para a Prefeitura, explicou Edilberto.
“Todas essas correções não tiveram custo algum para o município. A empresa usou a garantia de obra para corrigir esses pontos detectados durante a vistoria”, concluiu o diretor de obras.
Texto: Joyce Assunção
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								