“Uma das minhas preocupações enquanto servidora pública é justamente dar o meu melhor às pessoas. Quem procura um serviço de saúde está com dificuldades, então nosso papel também é amenizar essa dor”.
A declaração da assistente administrativa Alice Brito, da Unidade Básica de Saúde (UBS) Maguari, está em consonância com o objetivo do projeto Gente Acolhe Gente, lançado nesta quinta-feira, 2, pela Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma), na Faculdade Cosmopolita.
A abertura contou com uma dinâmica, que animou os participantes com exercícios físicos e um momento que colocou em prática o ato de reconhecer o outro. Em duplas, pessoas que mal se enxergaram ao chegar ao auditório foram convidadas a observar o colega ao lado, para identificar detalhes que, muitas vezes, na correria do dia a dia, passam despercebidos.
Humanização e acolhimento
Coordenado pela Diretoria de Ações em Saúde e Núcleo de Promoção à Saúde da Sesma, o projeto se inicia com um grande encontro, em que a humanização é o tema central dos debates. Após a abertura, ocorre o ciclo de oficinas, em diversas UBS. As atividades ocorrerão nos turnos da manhã e tarde.
No total, 290 trabalhadores participam da programação, que inclui a abertura, as oficinas nos distritos administrativos (que ocorrerão de 9 de junho a 21 de julho) e a culminância, marcada para o dia 4 agosto.
Empatia
O diretor de Ações em Saúde da Sesma, Vitor Nina, explica que o acolhimento deve ser um ato fundamental das UBS, a porta de entrada da população no sistema de saúde.
“Aprender a acolher é aprender a receber, escutar, ouvir as demandas e responder, de maneira ética e afetuosa, às pessoas. Quando procuramos um serviço de saúde, não procuramos apenas um exame ou remédio. Procuramos, também, gente”, afirmou.
É com esse pensamento que o técnico de enfermagem Felipe Gonçalves, 24 anos, da UBS Satélite, vai trabalhar todos os dias.
“Na nossa unidade já atuamos dentro do viés da humanização. Todos que chegam lá são acolhidos da mesma forma, sem distinção, com o máximo de respeito e atenção, pois acreditamos que isso faz parte do processo de cuidar do paciente”, afiançou.
Com 20 anos de serviço público, o assistente administrativo Pedro Paulo Pantoja, da UBS Sacramenta, vê o projeto como uma oportunidade de se aprimorar, adquirindo novos conhecimentos e vivenciando trocas de experiências com outros profissionais. “Quem não gosta de ser bem tratado quando chega a um lugar procurando atendimento? Sempre me coloco no lugar do outro, pois sei como eu gostaria de ser recebido em uma unidade de saúde”, assinalou.
Aprimoramento
A coordenadora de Humanização da Sesma, Karen Tavares, lembra que a meta é justamente sensibilizar os profissionais que atuam, sobretudo, na porta de entrada das unidades de saúde, além de gestores, sobre a importância da humanização no atendimento.
“Esse é um projeto de educação continuada. Iniciamos aqui, mas temos um cronograma de atividades nos distritos, além da culminância, com foco no diálogo com trabalhadores, gestores e usuários. Temos potências e fragilidades e queremos expô-las para podermos sempre aprimorar o serviço”, detalhou.
O projeto Gente Acolhe Gente segue as diretrizes da Política Nacional de Humanização, que busca colocar em prática os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) no cotidiano da assistência, produzindo mudanças nos modos de gerir e cuidar.
Por meio da comunicação entre gestores, trabalhadores e usuários, são construídos processos coletivos que visam a humanização constante dos serviços.
Texto: Luiz Carlos Santos
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								