Mesmo sem a Trasladação, fiéis demonstram a devoção à Nossa Senhora de Nazaré

A Trasladação teve que ser diferente ainda este ano por conta da pandemia, mas a devoção e a fé dos fiéis da Padroeira da Amazônia permanecem vivas. "Apesar de ser mais um ano diferente do Círio, mas eu jamais poderia deixar de vir aqui agradecer a Nossa Senhora por todas as graças e por toda saúde durante esse ano difícil", ressaltou a empresária Vera Teixeira.

Este ano, houve a Missa da Trasladação, neste sábado, 09, no Colégio Gentil Bittencourt e foi presidida pelo Bispo Auxiliar Dom Antônio de Assis Ribeiro.

A celebração não foi aberta ao público, por causa dos procotocolos de segurança da covid-19, no entanto, muitos fiéis acompanharam do lado de fora a missa. A pedagoga Raimunda Corrêaveio de Icoaraci, na expectativa de ver a Santa. E conseguiu. "Saímos hoje, por debaixo de chuva, mas chegamos aqui. Vimos a Nossa Senhora saindo do colégio, e nós nem estávamos esperando por isso. Foi uma surpresa e uma graça tão grande que recebemos aqui", diz.

Movimentação nas ruas – Mesmo não havendo a tradicional procissão da Trasladação, considerada a segunda maior do Círio, teve aqueles que fizeram questão de ir até a Basílica agradecer ou percorrer o trajeto da romaria das luzes, até a Catedral de Belém, para cumprir a promessa feita à Virgem de Nazaré.

Fé e cura – Rafaela Almeida foi diagnosticada com leucemia aos 10 anos e foi sua mãe que fez a promessa à Nosssa Senhora Nazaré, pedindo a cura. A graça veio, e desde os 15 anos ela participa das procissões, para cumprir o pedido que sua mãe fez a "Nazinha". "Eu não deixo de vir, porque é uma maneira de agradecer e de mostrar o quão grata eu sou à Nossa Senhora de Nazaré. E estar aqui é uma sensação incrível e inexplicável", declarou.

A acadêmica de direito, Victoria Oliveira, estava acompanhada do esposo, Leonardo Viera e da filha Luna de 5 meses. Ela conta que sua gravidez era de risco e que pediu pela vida de sua filha à Virgem de Nazaré.

"Ano passado eu vim agradecer, mesmo com ela na barriga e mesmo com o risco de perder ela. Hoje, ela está aqui comigo de anjinho, e eu vim aqui agradecer por essa graça alcançada", afirmou.

História – A primeira Trasladação, também chamada como Romaria das Luzes, aconteceu em 1793, quando foi conduzida pelo próprio governador Francisco de Souza Coutinho, junto com o Capelão do Palácio, padre José Roiz de Moura, que levaram a imagem de Nossa Senhora de Nazaré em uma breve procissão da Matriz até o Palácio.

Trajeto – Tradicionalmente, o trajeto tem percurso de 3,7 quilômetros, levando a Imagem do Colégio Gentil Bittencourt até a Catedral de Belém, de onde sai o Círio, no domingo.

Curiosidades:
– Em 2009, a Trasladação foi uma das mais longas dos últimos anos, demorou cerca de 9h e 15 minutos;
– Na trasladação é utilizada uma corda com 400 metros, que é tão disputada quanto a do Círio;
– A Trasladação se tornou a segunda maior romaria do Círio, pois leva mais de 1 milhão de pessoas as ruas de Belém.

Texto: Lana Oliveira

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