O ambiente escolar também é um espaço de conscientização e combate ao preconceito. A estudante do 9° ano, Anne Oliveira, 14 anos, já passou por uma situação lamentável de discriminação e sabe a relevância de abordar debates antirracistas no sistema educacional. “Eu acho muito importante e necessário ter esse tipo de palestras nas escolas, até para que todo mundo possa aprender e ter respeito com o outro”, informou.
A Prefeitura de Belém reconhece a importância de levar a temática do mês da Consciência Negra para os estudantes, por isso, promove através da Coordenadoria Municipal da Mulher (Combel) a ação Combel na Escola, que tem o objetivo de desenvolver educação antirracista e de respeito entre os gêneros nas unidades educacionais da capital paraense.
"Nós estamos no Centenário de Paulo Freire e construindo uma Belém educadora e alfabetizada, então é importante que a gente também pense em uma educação antirracista. Que a gente crie espaços escolares que sejam de respeito e que todas as crianças se sintam bem nesse espaço, se sintam acolhidas. Só vamos conseguir construindo entre elas uma cultura de respeito”, afirma a Coordenadoria Municipal da Mulher (Combel), Lívia Noronha.
A ação ocorreu na manhã desta segunda-feira, 22, na Escola Municipal de Educação Infantil e Fundamental Alzira Pernambuco, localizada no bairro do Marco e contou com diversas atividades, entre elas um cinedebate, seguido de palestras, oficinas, jogo quilombox e desenhos criativos.
Contribuição à educação e cidadania
A coordenadora da escola, Lourdes Lobo de Brito, diz que abrir as portas da unidade para receber ações de combate ao racismo soma e valoriza os alunos. "Esse é um tema que não pode deixar de ser trabalhado e é uma contribuição muito importante para os nossos alunos e para todos nós. Eu vejo que isso é uma forma de valorizar o aluno negro e fazer com que eles se sintam representados", declarou.
A iniciativa também contou com a parceria da Universidade Popular (Unipop), que visa integrar uma educação popular. "Para virmos fazer esse trabalho na escola com adolescentes nos possibilita alimentar a esperança de que essa geração erre menos", explica a educadora popular e coordenadora dos projetos com juventudes da Unipop, Patrícia Cordeiro.
Elber David Sacramento, 16 anos, participou das oficinas na Escola Alzira Pernambuco e ressalta que poderia haver mais ações semelhantes. "Deveria ter mais ações como essas nas escolas, explicando como funciona o racismo no país, porque quanto mais pessoas souberem como é, mais eles vão ter consciência”, enfatizou.
O projeto Combel na Escola faz parte do eixo É das Manas Educação, do Programa Municipal de Atenção Integral à Mulher.
Texto: Lana Oliveira
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								