As formas de prevenir males que podem levar alguém a atentar contra a própria integridade física e mesmo a vida estiveram em evidência na manhã deste domingo, 12, na Praça da República, centro de Belém. A programação do Setembro Amarelo promovida pelo município chegou ao grande público com uma série de ações integradas envolvendo as secretaria municipais de Saúde (Sesma) e de Coordenação Geral do Planejamento e Gestão (Segep), Fundação Papa João XXIII (Funpapa) e Coordenação Antirracista de Belém (Coant).
Reunindo rodas de carimbó e capoeira, oficina de batuque, terapia comunitária, orientação à população, circuito psicomotor (voltado às crianças) e a oferta gratuita de práticas integrativas e complementares – como Reike e Auriculoterapia –, a programação teve como objetivo levar informação e atividades que possam prevenir a prática do suicídio. Muita gente se fez presente na tenda da ação, armada ao lado do Teatro Waldemar Henrique.
“Trouxemos para a comunidade informações sobre a rede de assistência disponível, com profissionais que fazem uma escuta cada vez mais qualificada, e também atividades que ajudam na promoção da saúde mental, já que essas práticas levam a um alívio do sofrimento, evitando, assim, que a pessoa atente contra a própria vida”, resumiu Samantha Simões, integrante da equipe de Referência Técnica em Saúde Mental da Sesma. De 2009 a 2021, 514 suicídios foram registrados no município, segundo dados da Sesma. Somente neste ano, já são 68 casos de violências autoprovocadas, que não chegaram à morte.
Alívio – A servidora pública Margareth Santos, 57 anos, visitou a tenda de práticas integrativas e complementares. Fez, pela primeira vez, a Auriculoterapia, terapia natural que consiste na estimulação de pontos nas orelhas. O princípio é que o corpo humano pode ser representado na orelha, no formato de um feto, e, por isso, cada ponto se refere a um órgão específico. “Não conhecia essa prática. Gostei muito de saber que ela está disponível e, o melhor, pude fazer de graça aqui na praça”, afirmou.
A professora Tamara Costa, 54 anos, também aproveitou a ida à praça neste domingo para participar das ações do Setembro Amarelo. O que mais lhe chamou a atenção foi a aromaterapia. “Quando senti aquela essência de hortelã entrando nas narinas e invadindo meu corpo, fui invadida por uma sensação de bem-estar. Não conhecia essa prática. Aqui recebi de graça, mas pretendo continuar usando os óleos essenciais”, contou.
Na tenda de orientação, a manhã foi animada com roda e capoeira atividades físicas. Perto dali também havia danças circulares e a roda de batuque, chamada de Sarau do Girassol Poético, que atraiu muita gente. “Sabia da programação porque vi nas redes sociais da Sesma e decidi vir prestigiar. Já tive depressão e sei o quanto as atividades lúdicas são importantes para a recuperação de quem passa por esse tipo de problema”, assinalou o operador de máquinas Caio Paixão, 33 anos.
Agenda – A programação do Setembro Amarelo segue neste mês. No próximo dia 22, às 15h, na Segep, ocorre o Seminário de Saúde Mental de Indígenas Brasileiros e Refugiados. Para o dia 27 de outubro – data em que se comemora o Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra –, está programado o evento Saúde Mental da População Negra. Além disso, os quatro Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) sob gestão municipal – localizados nos bairros do Marco e Nazaré e no distrito de Mosqueiro – seguem com atividades específicas para usuários e o público em geral.
Texto: Luiz Carlos Santos
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								