A Secretaria Extraordinária de Direitos Humanos (SECDH) em parceria com a Fundação Papa João XXIII (Funpapa) deu início, esta semana, a uma força-tarefa de enfrentamento ao trabalho infantil nos bairros e distritos de Belém, com o objetivo de consientizar e orientar diretamente população sobre este grave problema social. As ações se estendem até a primeira semana de setembro e serão focadas em áreas onde há grande incidência de trabalho infantil.
Na primeira semana de ação, as equipes estiveram nos bairros centrais da cidade. A equipe de educadores da Funpapa esteve encarregada na abordagem direta às famílias, crianças e adolescentes, enquanto os representantes da SECDH realizaram a orientação e sensibilização da rede, entorno de locais nos quais há ocorrência de trabalho infantil, como feiras e vias públicas. Na próxima semana as equipes estarão nos bairros Guamá, Cremação e Terra Firme. Já na semana seguinte, as ações serão realizadas no corredor da avenida Augusto Montenegro.
Segundo o secretário extraordinário da SECDH, Max Costa, abordagens do gênero são de suma importância, não apenas para a conscientização da população para o problema, mas também para o balanço e controle de órgãos públicos a real situação de crianças e adolescentes em vulnerabilidade.
“Quando orientamos as pessoas a nos procurar e realizar denúncias em casos de trabalho infantil, podemos também encaminhar as famílias para que possam ser inseridas em algum programa social. Ao identificar um situação de trabalho infantil, a equipe faz o atendimento necessário e também o encaminhamento ao CREA (Centro de Referência Especializado em Assistência Social) mais próximo, para que essa família seja acompanhada por um programa social e abandone o trabalho infantil”, explica Max Costa. Ele ressalta também que ações como estas reafirmam o compromisso do poder público com essas famílias, e servem de base para a elaboração de um plano municipal de enfrentamento ao trabalho infantil que deve ser corroborado por meio de uma pesquisa realizada pela Funpapa, para um diagnóstico mais completo desse problema em Belém.
De acordo com dados levantados pelo Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS) em 2020, cerca de 65,8% das crianças e adolescentes, que estão em situação de trabalho infantil, são do gênero masculino. Concluiu-se também que a maioria desses jovens está matriculada na rede pública de ensino, ou seja, ainda mantém vínculo escolar. Para Max Costa, a escola é uma grande aliada no combate ao trabalho infantil, entretanto não é o suficiente para impedir o problema “Temos que chamar atenção das pessoas para o trabalho infantil, que é um problema social sério, orientando famílias sobre como evitar e combater, tornando a população nossa parceira nessa luta”, conclui.
Texto: Rayane Lopes
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								