Tecnobrega e carimbó foram os ritmos que animaram a manhã desta quarta-feira (18) na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Conjunto Maguari, em Belém. E o forró não ficou de fora, com direito a uma quadrilha junina improvisada. Todos os movimentos sob orientação da educadora física do projeto “Viver Bem”, desenvolvido pela unidade, para promover atividades físicas e qualidade de vida aos participantes.
A programação especial ocorreu em alusão ao Dia Mundial de Combate à Violência contra a Pessoa Idosa, celebrado no último domingo (15). Além da aula de dança, os participantes do projeto foram disponibilizados serviços de massoterapia, podologia e outras atividades voltadas para o bem-estar dos envolvidos.

Histórias de quem faz parte do projeto
Quem frequenta o projeto sabe que a iniciativa é mais que um espaço de promoção da saúde. É um lugar de acolhimento construção de novas amizades e troca de experiências.
“Eu nunca falto, gosto muito. Isso aqui só faz bem para a gente. Prova disso é que todo dia estamos todos aqui”, disse Marlene Amador, de 83 anos, que participa do projeto há 15 anos.
Júlia Pereira, de 67 anos, também participa do projeto e mal conseguia ficar parada. “Eu adoro dançar. Nasci pra dançar. Participo do programa há uns dez anos e sempre que toca uma música eu estou no meio”, disse, entre um passo e outro.
Do outro lado da roda, quem também chamou a atenção foi José Donato Cardoso, de 72 anos, morador do bairro. Ex-peladeiro, ele é figurinha confirmada nas atividades do projeto.
“Sempre gostei de esporte, mas nunca cuidei tanto da minha saúde como agora. Me sinto mais ativo. E não sou só eu, todo mundo aqui sente os benefícios. Tomara que a Prefeitura leve iniciativas como essa também para os jovens. Todo mundo merece esse cuidado com a saúde“, destacou.

Memória afetiva
Entre os mais conhecidos no projeto estão as amigas Maria Gonçalves de Sousa, de 86 anos, e Elza Maria Machado, de 93. “Quando a gente participa de um evento desses, a gente está vivendo um pouquinho”, disse Elza, emocionada. “Aqui a gente conversa, brinca, faz exercício… Tudo aqui nesse espaço. Agora tem tanta gente que não cabe mais. Mas é ótimo!”, completou.
Maria, uma das fundadoras do projeto, fez questão de deixar seu recado: “Vim pra cá e gostei, graças a Deus! Agora, com a saúde um pouco mais delicada, não venho sempre, mas tenho muita gratidão por tudo que já vivi aqui“, disse.

Cuidado com o corpo, mente e coração
O projeto “Viver Bem” existe há mais de 20 anos na UBS do Conjunto Maguari e, atualmente, atende cerca de 150 idosos da comunidade, incluindo moradores do bairro Tenoné. A unidade tem hoje mais de 11 mil pessoas cadastradas e o projeto é um dos destaques no cuidado com a pessoa idosa na rede municipal de Saúde.
Uma equipe multiprofissional trabalha com carinho e atenção para garantir os bons resultados do projeto. São fisioterapeutas, terapeuta ocupacional, assistente social, psicólogo, nutricionista, enfermeiro e educador físico.
De acordo com a coordenadora do projeto, Gabrielle Macedo, o Viver Bem vai além da atividade física. O principal é o acolhimento.
“Muitos idosos chegam aqui em situação de isolamento social, abandono, e até vítimas de violência psicológica ou patrimonial. Tudo isso afeta muito a saúde deles. Nosso trabalho é acolher, escutar, e criar um ambiente de convivência, com rodas de conversa, palestras e muita interação. A gente vê a diferença no dia a dia: aquele idoso que chega aqui quietinho, triste, com o tempo começa a sorrir, fazer amigos e retomar a vontade de viver“, destacou.
As ações vão desde caminhadas e alongamentos até oficinas de memória e de artesanato – cada uma com um objetivo: estimular e cuidar do corpo, da mente e do coração.
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								