Belém celebra Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

Resistência e força feminina são a base das lutas e conquistas de mulheres negras em todo mundo, assim como de Elza Fátima Rodrigues, que atua há mais de 20 anos nos movimentos negros e sociais no Centro de Estudo e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa).

“O protagonismo das mulheres negras se estende desde o início da história do Brasil, especialmente no momento em que os negros africanos vieram escravizados. As mulheres negras nesse processo sempre se destacaram como pessoas de resistência e de luta”, declara.

Para destacar essa luta, a Prefeitura de Belém, através da Coordenadoria da Mulher de Belém (Combel) e Coordenadoria Antirracista de Belém (Coant), promove de 21 a 23 de julho, uma programação especial, em alusão ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado no dia 25 de julho. A data foi instituída no Brasil em 2 de junho de 2014, por meio da Lei Nº 12.987.

Titular da Coordenadoria Antirracista de Belém, Elza Fátima Rodrigues, ressalta a importância de celebrar esse momento. “Essa data é muito importante para dar visibilidade ao papel da mulher negra na história. Lutar contra a invisibilidade, recontar a história a partir da ótica da mulher negra que resiste, que enfrenta vários tipos de discriminações racial e social, mas que está sempre à frente do seu tempo, mobilizando e articulando todas as pessoas vulneráveis”, afirma.

Histórico

O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha nasceu em 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres Negras, na República Dominicana. E no Brasil, a data celebra também o Dia Nacional de Tereza de Benguela, que foi uma líder quilombola de destaque, que resistiu à escravidão, lutando pela comunidade negra e indígena que vivia sob sua liderança, ao longo de duas décadas, no século XVIII.

Além de comemorar a data, o evento também irá homenagear grandes mulheres negras do Brasil representadas por Tereza de Benguela; Lélia Gonzalez; Sueli Carneiro; Zélia Amador de Deus e Nilma Bentes.

De acordo com Lívia Noronha, Coordenadora da Mulher de Belém, o trabalho desenvolvido pelo o órgão é mostrar a diversidade da identidade dessas mulheres, que têm conexão com o dia 25 de julho. “Nós trabalhamos com a perspectiva da intersexualidade, compreendendo que a identidade das mulheres, é uma identidade diversa e não homogênea. E esse trabalho se liga muito com a celebração do dia 25, que é o dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha”, ressalta.

Programação

Uma vasta programação que envolve seminários sobre saúde, educação, racismo, segurança e direitos integrará o evento. E ainda terá serviços de emissão de documentos, testagem para detecção da covid-19 por meio do PCR e coleta para doação de sangue. O público em geral poderá participar, mas as vagas são limitadas por causa das medidas de segurança da covid-19. O evento terá capacidade apenas para 60 pessoas durante os três dias.

A celebração do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha terá o apoio de vários órgãos, como Coordenadoria Antirracista, Coordenadoria Antirracista de Belém, Coordenadoria de Diversidade Sexual (CDS), Coordenadoria de Comunicação Social (Comus), Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), Secretaria Municipal de Educação (Semec), Fundação Papa João XXII (Funpapa), Secretaria Municipal de Administração (Semad), Secretaria Municipal de Economia (Secon), Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém (Codem), Banco do Povo de Belém, Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia do Pará (Hemopa) e Defensoria Pública do Estado do Pará.

Serviço:

Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

Data: 21 a 23

Horário: 09h às 17h

Local: Memorial do Povos, av. Gov. José Malcher, 257, bairro Nazaré.

Informações: (91) 98733-2316 (Combel)

Texto: Lana Oliveira

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