Cotijuba recebe campanha 'No verão da nossa gente não há espaço para o preconceito'

Moradores de Cotijuba receberam a campanha: No verão da nossa gente, não há espaço para o preconceito, desenvolvida pela Prefeitura de Belém, através da Secretaria Extraordinária de Cidadania e Direitos Humanos (SECDH), que objetiva percorrer os principais balneários do município, com orientações, abordagens e distribuição de materiais informativos sobre a importância de respeito às diversidades e de combate às manifestações de preconceito, violência e trabalho infantil.

O lançamento da campanha ocorreu nesta sexta-feira, 2, na ilha de Cotijuba. O evento teve início às 10h, no trapiche da ilha e se estendeu até às 15 horas. A ação também contou com apoio da Fundação Escola Bosque (Funbosque), Fundação Papa João XXIII (Funpapa), Belemtur, Secretaria da Juventude, Esporte e Lazer (Sejel) CDS, Coordenadoria da Mulher de Belém (Combel), Coant e Coordenadoria de Comunicação (Comus), além da Guarda Municipal e agências distritais.

Casos de trabalho infantil são constatados em Cotijuba

As equipes flagraram oito casos de trabalho infantil no local e encaminharam para o Centro de Referência Especializada em Assistência Social (Creas/Icoaraci) para que sejam tomadas as providências de acolhimento das famílias, a fim de evitar a exploração das crianças.

"Eu sou contra violência, principalmente contra crianças, tenho netos e quero ver meus netos brincando e estudando. Mas, as famílias também precisam de oportunidade para sustentar seus filhos, porque muitos levam os filhos para trabalhar junto pra conseguir renda e se alimentar", contou Alzilene Silva, 49 anos, servente de obras.

As equipes técnicas orientaram moradores e visitantes da ilha sobre como cada pessoa deve proceder caso sofra ou presencie alguma situação de preconceito, violência ou trabalho infantil. Materiais com os endereços e telefones de órgãos do sistema de garantia de direitos foram distribuídosha, assim como informações de como proceder para denunciar.

Muitas pessoas no momento em que as equipes abordavam para repassar informações, ficavam com vergonha de falar, de acordo com o titular da SECDH, Max Costa. "Depois nos chamavam reservadamente e perguntavam qual número e como poderiam denunciar violência contra mulher, idoso, violência doméstica", conta o secretário. Essas pessoas também foram encaminhadas para o Creas para fazer acompanhamento.

O chefe de Divisão das Ilhas da Agência Distrital de Outeiro (Darout), informou que a ilha de Cotijuba ficou abandonada nas gestões anteriores. "Fico muito feliz em ver uma gestão que se importa com o povo e essa ação representa esse interesse do poder público com a população".

Ação leva informações às famílias da ilha

A coordenadora do Centro de Referência Especializada em Assistência Social (Creas/Icoaraci), Socorro Brasil, ressalta a dificuldade financeira que as famílias que vivem em Cotijuba enfrentam para acessar o distrito de Icoaraci.

"Essa ação é muito importante para levar informações para as famílias que vivem na ilha. Dessa maneira conseguimos trazer informação para elas e assim muitas acabam buscando os órgãos que podem ajudar", orientou.

O mototaxista Fabrício Conceição, 51 anos, é morador da ilha de cotijuba há dois anos e achou positiva a ação de conscientização, mas também lembrou da importância dos cuidados no combate a covid-19.

"Eu acho positivo nesse mês de julho a chegada de turistas aqui na ilha, pois o futuramento aumenta, mas me preocupo se não vão trazer o vírus da covid e acabar contaminando as pessoas que vivem aqui. Acho importante essa ação pra trazer informação e também a distribuição do álcool e máscara".

Cerca de 2 milhões de crianças e adolescentes estão em situação de trabalho infantil no Brasil

Dados do relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), apontam que 160 milhões de crianças e adolescentes em todo o mundo são explorados em trabalhos que deveriam ser de adultos. Até 2022, serão mais 8,9 milhões. No Brasil, antes da pandemia, já havia quase 2 milhões.

Há um aumento significativo no número de crianças de 5 a 11 anos em situação de trabalho infantil, que corresponde a mais da metade do total global. Outro alerta do relatório é o número de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos em trabalhos perigosos, que põem em risco sua saúde e segurança, chegando a 79 milhões.

Leonice da Mata, 55 anos, ambulante, trabalha na ilha de Cotijuba há mais de 8 anos afirma que acha importante a campanha chegar na ilha. Ela afirma que anteriormente a população local estava esquecida pelo poder público.

Lista dos contatos dos órgãos de sistema de garantia de direitos:

Para denúncias de LGBTIfobia e racismo.

Delegacia de Combate aos Crimes Discriminatórios e Homofóbicos. Rua Avertano Rocha, 417. Telefone: 32123626

Denuncia de violência doméstica e familiar contra mulher Disque 180

Delegacia Especializada da Mulher. Travessa Mauriti, 2393- Marco. 32466803

Para denúncia de violência contra criança e adolescente Disque 100

Conselho Tutelar Sacramenta

984307423

Conselho Tutelar de Mosqueiro

984308875

Conselho Ttelar de Icoaraci

984303053

Conselho Tutelar de Outeiro

984308513

Conselho Tutelar do Guamá

984302113

Conselho Tutelar Bengui

984309338

Conselho Tutelar de Belém

984441220

Conselho Tutelar Entroncamento

984303365

Delegacia de Atendimento a Crianças e adolescentes (Deaca), Rodovia Mário Covas, 50- coqueiro Ananindeua

Telefone: 32782170

Secretaria Extraordinária de Cidadania e Direitos Humanos, Av. Pedro Miranda S/N, Aldeia Cabana, 1º andar.

Email: secdh@secdh.pmb.pa.gov.br

Texto: Danielle Bastos

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