A Prefeitura de Belém, em parceria com a Associação Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (Ancat) e a Fundação Banco do Brasil, realizou uma oficina voltada à formação técnica cidadã de catadores e catadoras individuais de materiais recicláveis. A ação, realizada nesta quarta-feira (13) no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), no bairro da Cidade Velha, reuniu os profissionais para tratar de saúde e segurança no trabalho de catação, com programação participativa focada na valorização dos saberes populares e no fortalecimento da cidadania.

Ao longo da manhã houve roda de conversa, exibição de vídeo educativo, orientações práticas, além de um mutirão de coleta seletiva em pontos do bairro, com a participação dos catadores. Também houve entrega de kits de equipamentos de proteção individual (EPIs), registro fotográfico para carteirinhas personalizadas, oferta de alimentação aos participantes e imunização contra tétano, hepatite, sarampo e febre amarela.

A atividade foi dividida em três fases. Na primeira, a equipe do projeto Conexão Cidadã, do governo federal, apresentou um vídeo educativo e falou sobre a importância do descarte correto de lixo. Logo em seguida, o tema abordado foi saúde e segurança dos profissionais de coleta de resíduos sólidos, destacando também a importância destes trabalhadores na cadeia de reciclagem. Por fim, os participantes da oficina receberam vacinação e participaram de um mutirão em locais próximos ao Cerest.

Pamela Massoud, secretária executiva de Inclusão Produtiva da Secretária Municipal de Zeladoria e Conservação Urbana (Sezel), destacou a importância da execução deste projeto em Belém. O objetivo é alcançar até mil pessoas, criando uma rede de catadores individuais estabelecida dentro de um ecossistema de economia circular, seja com cooperativas ou do trabalho individual destes profissionais.

“Nós abraçamos esse projeto, fizemos uma divisão para trabalhar não só no acompanhamento na área de saúde e assistência, mas também no acompanhamento social e produtivo. Temos feito um trabalho junto com as cooperativas de resíduos organizadas, ampliando estes serviços dos catadores individuais para que eles coletem esse resíduo e a população entenda a importância desse trabalhador individual. O Governo federal e a Prefeitura têm feito esse acolhimento de pessoas para aumentar esse trabalho de coleta na nossa cidade“, destacou a secretária.

Para Jonathan Arlen, catador há 15 anos, a iniciativa também é uma forma de reduzir o preconceito por vezes sofrido pelos catadores. “Estamos falando sobre melhorias para nós e aprendendo informações muito boas nessa oficina. Recebemos materiais que nos protegem e que não usávamos, como as luvas. Também recebemos esse uniforme, que ajuda a nos identificar, porque, sem esta roupa profissional, muitas pessoas criticavam, não entendiam e não conseguiam identificar que estávamos trabalhando. Por conta disso, às vezes nem entregavam os materiais”, explica.