Oficina prepara professores para auxiliar alunos na Olimpíada de Língua Portuguesa

“Quem vai ao Pará, parou! Tomou açaí, ficou!” essa frase conhecida na voz do cantor paraense Pinduca e, que poucos sabem, faz parte do livro de crônicas “Terra Verde”, da escritora paraense Eneida de Moraes. Esse foi um dos exemplos citados pelo professor Marcos Valério Reis, durante a primeira Oficina “Memórias sobre mim: o lugar onde vivo”, realizada nesta quarta-feira, 19, para educadores municipais que vão preparar alunos para a 7ª Olimpíada de Língua Portuguesa (OLP). A oficina é promovida pela Secretaria Municipal de Educação (Semec) e foi transmitida pela plataforma Google Meet.

A Olimpíada é uma iniciativa do Programa “Escrevendo o Futuro”, criado pela Fundação Itaú Social, coordenado pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), em parceria com o Ministério da Educação. O objetivo é contribuir para a melhoria do ensino da leitura e escrita nas escolas públicas do país. As inscrições e adesões estão abertas até o dia 20 de maio.

O concurso trabalha vários gêneros textuais como poema para estudantes do 5º ano do ensino fundamental; memórias literárias para alunos do 6º e 7º ano; crônica para estudantes do 8º e 9º ano; documentário para o 1º e 2º ano do ensino médio, e artigo de opinião para o 3º ano do ensino médio. Belém será representada na categoria Crônica, Poema e Memórias Literárias. Os professores recebem formação e material do Cenpec para trabalharem junto aos alunos.

Durante apresentação sobre o gênero crônica, Marcos Valério debateu a importância da arte literária, a historicidade do gênero crônica, além de citar alguns cronistas paraenses. Inicialmente, Marcos perguntou aos participantes o bairro que moram para mostrar que a crônica serve para descrever a maneira que se vê e percebe o mundo a partir da paisagem e esferas sociais.

“Cada obra literária vai ser interpretada de maneira muito distinta. Pelo dicionário, crônica é uma compilação de fatos históricos apresentados, segundo uma ordem de sucessão de fatos em um tempo linear. E hoje a crônica está situada entre o jornalismo e a literatura", explica o professor.

Ele ressalta, que à medida que a crônica deixou de ser registro de fatos históricos, passou a ser um relato do cotidiano. "Quando se escreve a partir do nosso lugar de fala dos bairros de Belém, significa exacerbar o sentimento de pertencer em relação à cidade, que representa um pedacinho de todos nós na maneira de agir, pensa e falar”, complementa Marcos Valério Reis, destacando alguns cronistas paraenses como Eneida de Moraes e Edyr Augusto Proença.

As professoras municipais Hellen Cristina Moura, da Escola Municipal República de Portugal e Sâmela Nascimento, da Escola Municipal Remígio Fernandez, que vão participar da OLP, compartilharam suas experiências. Apesar do desafio do ensino remoto imposto pela pandemia da Covid-19, os alunos se mostram empolgados com a competição, segundo as professoras.

Elas destacam a importância da aula de leitura e de trabalhar a linguagem simples que a crônica exige. Cada uma está trabalhando dentro da realidade dos alunos, com aulas pelo Whatsapp e alguns por meio de material impresso.

A coordenadora do Cenpec (SP), professora Maria Aparecida Laginestra, elogiou a formação promovida pela Semec. “Belém é um dos municípios mais participativos e serve de exemplo para outros municípios promoverem suas formações. A palestra mesclou teoria e prática com muita precisão. É muito bom ver a coletividade de um professor ajudando o outro, compartilhando suas experiências”.

A formação foi mediada pela professora Aline Rodrigues, formadora de leitores da Semec. Nesta quinta, 20, a formação será destinada ao gênero memórias literárias e no dia 21, ao poema.

Texto: Tábita Oliveira

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