Live com prefeito marca primeira ação do GT do Centenário de Paulo Freire

Para discutir as potências educativas da cidade tendo relação com pensamentos de Paulo Freire, o Grupo de Trabalho (GT) responsável pelas ações do Centenário de Paulo Freire, que pretende tornar Belém cidade alfabetizada e educadora, realizou nesta segunda-feira, 10, o primeiro debate tendo como convidado o prefeito Edmilson Rodrigues.

O Centenário de Paulo Freire faz parte da proposta do Governo da Nossa Gente. O encontro foi transmitido pelas redes sociais da prefeitura e contou com a mediação da professora Taíssa Barbosa, representante da Semec no GT, com a participação da secretária de Educação, Márcia Bittencourt, do professor João Colares, representando as universidades públicas e Jane Cabral, representante dos movimentos sociais, os dois últimos do GT.

Com mais de 42 anos de experiência como professor, Edmilson Rodrigues fez algumas reflexões sobre a proposta de governo para romper o pensamento único relembrando ensinamentos de Paulo Freire que criticava a educação voltada para o modelo mercadológico. Ele explanou sobre o caminho que Paulo Freire trilhou e ensinou para tornar cidadãos livres que possam transformar a sociedade.

“A cidade que penso pode ser aprazível, de estrutura tangível, física, mas ela pode ser expressão de urbanismo revolucionário se ela considerar entre outras coisas o direito à educação como instrumento fundamental para construção desse mundo necessário e possível. Se a educação por si só não é suficiente para construir nosso sonho como diria Paulo Freire, tampouco é possível pensar em transformar a sociedade”, disse Edmilson ainda compartilhando o pensamento de outros educadores, que estão registrados no seu livro “Dinâmica Urbana – Crise e utopia”.

Taíssa Barbosa reforçou mais uma vez que o Centenário busca valorizar o legado de Paulo Freire, patrono da educação brasileira, buscando trabalhar as ações na perspectiva da educação popular num grande movimento de alfabetização em Belém. A secretária de Educação, Márcia Bittencourt, reafirmou que “este sonho é coletivo tal qual o sonho de Paulo Freire que queremos colocar na prática não só no âmbito da secretaria, mas para chegar às 32 mil pessoas que ainda não são alfabetizadas no município. Estamos buscando fazer uma ação articulada com as secretarias para promover uma Educação Integrada para todos”.

O representante das universidades públicas do GT, professor João Colares, da Universidade Estadual do Pará (Uepa) indicou a leitura do livro “Memórias da Educação de Jovens e Adultos em práticas de educação popular em Belém”, que pode ser baixado no site da Eduepa – Universidade do Estado do Pará. O livro traz a experiência de algumas organizações que são pioneiras e que continuam promovendo a educação popular, entre elas a República de Emaús, com 50 anos de atuação e outras instituições.

“Nós da universidade estamos sendo chamados para a união de forças com a rede pública e a sociedade civil para firmar o legado de Paulo Freire em Belém e lutar pela superação do analfabetismo em nossa cidade. As universidades já estão cumprindo um papel fundamental neste processo, com o diagnóstico do analfabetismo em Belém e agora na construção do plano municipal de alfabetização e de formação de professores alfabetizadores, e também com a articulação do GT com movimentos internacionais de educação popular”, disse o professor.

A educadora popular Jane Cabral, representando os movimentos sociais no GT, contribuiu com o diálogo pontuando que “Paulo Freire deixou uma profunda crença na pessoa humana como sujeito da história, a postura firme e coerente com a causa do povo oprimido, a humildade de quem sabe que nenhuma grande obra se faz sozinho, deixou a pedagogia do povo que desafia a saber mais, que alfabetiza o povo para ler, interpretar e transformar o mundo. O princípio do diálogo que é tão forte e que estamos fazendo agora. O analfabetismo é desumano”, disse.

“O Centenário tem como público-alvo a educação de jovens, adultos e idosos, mas a rede municipal de ensino de Belém já está trabalhando a pedagogia de Paulo Freire com as nossas crianças também”, disse Taíssa ao encerrar o encontro.

A lei continua disponível na plataforma do Facebook da prefeitura de Belém.

Texto: Tábita Oliveira

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