A Secretaria Extraordinária de Cidadania e Direitos Humanos (SECDH), Fundação Papa João XXIII (Funpapa) e a Organização Internacional para Migração (OIM) da ONU já iniciaram a pesquisa que vai realizar diagnóstico sobre as condições socioeconômicas dos indígenas Warao, que vivem em Belém. O levantamento vai até esta sexta-feira, 7 de maio, e será fundamental para a elaboração e implementação de políticas públicas municipais, voltadas para a promoção e garantia dos direitos dos migrantes indígenas, fazendo de Belém uma cidade acolhedora para os povos da Amazônia.
Desde 2014, mais de quatro mil indígenas Warao, vindos da Venezuela, entraram no Brasil, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Fugindo da crise econômica no país vizinho, eles se juntam às dezenas de milhares de cidadãos venezuelanos que solicitam – e recebem – o refúgio brasileiro.
Em todo o Pará, ainda de acordo com a ONU, há cerca de mil índios Warao, dos quais, aproximadamente, 400 estão na capital paraense. Desses, 176 indígenas, sendo 118 crianças e adolescentes, em um total de 32 famílias, estão no Espaço de Acolhimento do Tapanã, em Belém.
A pesquisa tem como objetivo levantar o perfil socioeconômico dessas famílias, que residem no município de Belém. Com o resultado será possível definir ações e, assim, poder ter um diagnóstico, para fundamentar a elaboração de políticas públicas, voltadas para os indígenas Warao, que habitam na capital paraense. A partir desses dados analisados, a equipe técnica pode qualificar, inclusive, a abordagem dos técnicos, no sentindo de reduzir a resistência das famílias, que recusam as ações propostas pela Prefeitura. Com essas informações também será possível estimular o acesso e a permanência das crianças na rede de proteção assistencial e educacional.
A equipe técnica é composta por 13 pessoas, no total, sendo psicólogos, assistentes sociais, pedagogos, cadastradores da CCU, intérprete e um técnico da OIM. Desses, há 11 aplicadores da pesquisa e duas pessoas coordenando o processo e dando apoio técnico. A equipe é composta por servidores da Funpapa e SECDH.
“Essa pesquisa nos permite um olhar mais aprofundado. É Importante, também, avaliar de que forma a gente pode fazer a inclusão produtiva dessas pessoas e como eles podem contribuir no desenvolvimento econômico do nosso município”, disse o secretário extraordinária de Cidadania e Direitos Humanos do município, Max Costa.
Texto: Danielle Bastos