Há 39 anos, a diarista Maria de Carvalho Passos, de 64 anos, mora em uma palafita, em cima do canal da avenida Bernardo Sayão, no bairro do Jurunas. É quase a metade da vida da trabalhadora. Maria Passos criou os três filhos, com a venda de açaí, à beira da avenida. Mas ela precisou fechar o pequeno comércio, por não poder se adaptar às novas regras de segurança da venda de alimentos. Isso ocorreu porque, segundo ela, há 10 anos, quando se iniciaram as obras de duplicação da via, se viu proibida de mexer, consertar ou ampliar o barraco de madeira. Hoje, o bisneto, de 2 anos, anda inseguro sobre as tábuas.
Maria Passos é dona de um dos 91 imóveis, do primeiro trecho da avenida Bernardo Sayão, que recebem até esta quarta-feira, dia 05, a visita dos cadastradores sociais da Equipe TPF/Synergia e do Promaben, o Programa de Saneamento da Bacia da Estrada Nova. O cadastro quer atualizar a situação das famílias que moram na área, para responder de forma eficiente aos anseios da população.
A subcoordenaadora social do Promaben, Regina Penna, explica que a ação pretende elaborar um diagnóstico, a partir do qual será possível realizar a intervenção das obras. “Nós vamos poder conhecer a realidade das famílias que moram nesses imóveis, que estão na rota da intervenção das obras físicas”, aponta.
Este é ainda o primeiro trecho a ser percorrido pelos cadastradores. Até julho, outros cinco trechos deverão receber as visitas das equipes de Engenharia e Social realizando selagem e medição de imóveis, além de aplicar o questionário social.
O coordenador geral do Promaben, Rodrigo Rodrigues, reforça que o cadastramento é uma etapa importante para a realização das obras. “As ações de planejamento do Programa de Saneamento da Bacia da Estrada Nova estão alinhadas, agora, em serem efetivas. Essas ações foram negligenciadas, nos últimos três anos, e não houve nenhuma espécie de avanço. Iniciativas. que tentaram ser tomadas, não tiveram sucesso. Nesse momento, a gente se depara com um planejamento que está funcionando e faz, automaticamente, com que a população consiga já verificar a efetividade das ações do programa”, acrescenta o coordenador.
Para Maria Passos, receber as equipes é finalmente ver alguém responder sobre o chão inseguro sob seus pés. “A nossa casa aqui já arriou. Cada ônibus que passa, cada van, é uma trepidação, e nós nunca sabemos se não vamos amanhecer o dia debaixo da casa. Acredito, que pela graça de Deus, agora essa obra sai e nossa vida tem uma solução”, comemora.
Texto: Márcia Lima
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								