A Prefeitura Municipal de Belém criará um comitê para planejar projetos que assegurem a autonomia dos indígenas Warao, que residem na capital paraense na condição de refugiados.
Em reunião realizada nesta quinta-feira, 11, o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, e a coordenadora adjunta do Departamento Municipal de Turismo (Belemtur), Vivian Andrade, receberam representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PA), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – Regional Norte II, Cáritas Brasileira Regional Norte II – Pará e Amapá e da ONG Só Direitos, para debater projetos de economia solidária para os indígenas venezuelanos.
Edmilson Rodrigues ressaltou na reunião a necessidade de garantir a subsistência do povo Warao, a partir da capacitação e da economia solidária: “A ideia é superar os abrigos, que eles possam ir ganhando autonomia”, explicou o prefeito.
No encontro, o gestor municipal também ouviu quais são as demandas do povo Warao, apresentadas pelas entidades presentes. "Trouxemos algumas propostas, alguns pleitos da sociedade civil organizada, para sensibilizar quanto à questão dos Warao enquanto refugiados indígenas urbanizados”, destacou a coordenadora adjunta da Belemtur, Vivian Andrade, que acompanha a situação dos refugiados há alguns anos, como voluntária e pesquisadora.
O trabalho de capacitação dos Warao, realizado pela Cáritas Belém foi um dos pontos apreentados. "Nós fizemos oficinas com eles para a conscientização do que é a economia solidária e que é uma proposta que pode dar certo para a geração de renda e para a dignidade dessas famílias”, explicou a assessora para Migração e Refúgio da Cáritas Belém, Rosane Gomes.
Por causa da pandemia, a iniciativa foi interrompida, mas pode ser retomada em cooperação com a prefeitura de Belém. "A gente deve retomar, se for possível presencialmente, com todo cuidado. E o que não for, a gente vê a forma mesmo de criar as condições, de fazer”, esclareceu o prefeito de Belém.
Para Angélica Gonçalves, uma das diretoras da ONG Só Direitos – que desde 2017 acompanha a situação dos indígenas Warao em Belém -, esse primeiro contato com a prefeitura foi positivo. “Saímos da reunião muito esperançosos e até mesmo tendo novas ideias. Estamos com esperança de que a gestão municipal responda de forma efetiva as demandas que nós apresentamos”, destacou.
Ao final da reunião, o prefeito recebeu um relatório da ONG Só Direitos, contendo informações sobre como os Warao vivem em Belém atualmente, e até cartas escritas pelos próprios indígenas relatando o cenário em que se encontram.
O prefeito vai analisar o documento para tomar as medidas necessárias, mas já informou que a PMB está trabalhando na criação de um comitê para atender as necessidades dos Warao na capital paraense.
Os Warao começaram a chegar em Belém no ano de 2017, fugidos da crise econônica e humanitária que a Venezuela enfrenta. Atualmente, o Espaço de Acolhimento do Tapanã, administrado pela Fundação Papa João XXIII (Funpapa) abriga 175 indígenas Warao.
Em Belém há outros espaços de autogestão dos Warao, onde a estimativa é que há mais uns 200 indígenas morando nesses locais.
Texto: Juliana Brito
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								