Prefeitura avança no combate à dengue após queda histórica de casos

O Dia D de Mobilização Nacional contra a dengue destacou o trabalho realizado pela Prefeitura no combate ao mosquito, que garantiu uma queda expressiva no número de casos no ano de 2025.
Criatividade para contar histórias através dos fantoches. Ana Rosa, Silvia e Gerlene são Agentes de Endemias e artistas no Núcleo de Educação na Saúde da Sesma

A Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), realizou neste sábado (08) o Dia D de Mobilização Nacional contra a dengue, zika e chikungunya, na Praça dos Estivadores. A ação educativa foi realizada de forma integrada, em parceria com a Secretaria Estadual da Saúde e do Ministério da Saúde.

Foram realizadas atividades lúdicas e educativas da programação, como teatro de fantoches, jogos, maquetes e realidade virtual. A população também observou de perto demonstrações sobre as novas tecnologias implantadas no município para combater o mosquito, a exemplo das Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs) e as Ovitrampas; essas ferramentas são fundamentais no monitoramento e o controle do mosquito Aedes aegypti.

“Trata-se de um trabalho coletivo entre o profissional, o cidadão e a comunidade. A educação em saúde é fundamental porque vai muito além de repassar informações. Ela forma cidadãos conscientes e responsáveis pelo próprio bem-estar”, destaca Núbia Marques, profissional de endemias da Sesma há 15 anos e integrante do Núcleo de Educação em Saúde há quatro.

A população presente no evento foi orientada também sobre os serviços de vacinação disponíveis na rede municipal de saúde. Por exemplo, a vacina contra a dengue, indicada pelo Ministério da Saúde para o público de 10 a 14 anos, segue disponível nas Unidades Básicas de Saúde de Belém (UBS), com atendimento de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

Quando necessário, essas unidades realizam o teste rápido de detecção da dengue nos casos suspeitos e orientando a população sobre os cuidados preventivos, como manter caixas d’água tampadas, eliminar criadouros e evitar o acúmulo de lixo e água parada.

A Sesma mobilizada no Dia D de combate ao mosquito da dengue.

Tecnologia presente no combate à dengue

O trabalho diário das equipes que combatem o mosquito da dengue foi evidenciado durante a programação. É o caso do agente de endemias Antônio Ézio, que é do distrito de Mosqueiro, em Belém (PA). Ézio é servidor há 12 anos e possui formação em informática. O profissional inovou ao integrar educação com um óculos 3D de realidade virtual, seu maior aliado para ilustrar o ciclo de vida de um mosquito Aedes aegypti.

“A tecnologia tem sido uma ferramenta muito eficaz para divulgar o nosso trabalho como agente de controle de endemias. Ela permite mostrar o ciclo da doença e o ciclo evolutivo do mosquito, o que ajuda bastante nas atividades, especialmente com as crianças. Elas passam a ter mais atenção e conseguem compreender melhor como o corpo reage à doença. Essa ferramenta tem sido revolucionária porque desperta o interesse e o entendimento tanto das crianças quanto dos adultos”, explicou Ézio.

A agente de combate às endemias, Leda Campos, é conhecida pelo trabalho criativo e educativo que desenvolve nas ações de sensibilização ambiental e de prevenção a doenças. Unindo ciência, arte e compromisso social, ela transforma conceitos complexos em maquetes e materiais visuais que ajudam a população a compreender a relação entre saúde e meio ambiente.

Um dos exemplos ilustrados é o ciclo de vida de um mosquito que sofre interferências dos efeitos climáticos e das ações humanas. Ou seja, se um ciclo de vida de um mosquito da dengue levaria sete dias para acontecer, por causa das queimadas e do desmatamento provocado pelo homem, é acelerado e acontece em apenas três ou quatro dias.

“Tenho muito amor pelo que faço. Cada maquete que preparo nasce com o desejo de despertar a consciência. Para esta ação, já que estamos em COP 30, fiz uma que mostra como as queimadas e o desmatamento aumentam o calor e aceleram o ciclo do mosquito. É uma forma simples, mas poderosa de explicar que o cuidado com o meio ambiente também protege a nossa saúde. Quando as pessoas entendem isso, percebem que tudo está ligado à natureza, ao clima e à vida de cada um de nós”, enfatiza.

Belém é referência nacional no combate à dengue

Desde o início da atual gestão, a Prefeitura de Belém tem ampliado o investimento na formação e qualificação dos agentes comunitários de saúde (ACS) e agentes de combate a endemias (ACE), fortalecendo as ações de vigilância, educação em saúde e controle de doenças. O programa de capacitação contínua, aliado ao uso de novas tecnologias, tem garantido mais eficiência nas vistorias de campo e no monitoramento das áreas de risco.

Belém se tornou referência nacional ao instalar mais de 4 mil Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs), armadilhas sustentáveis que eliminam larvas do mosquito, e Ovitrampas, dispositivos que permitem mapear regiões com maior potencial de infestação.

Graças a esse conjunto de medidas, a capital registrou redução de 59% nos casos de dengue em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a novembro de 2025, foram 813 confirmados e dois óbitos, segundo dados da Vigilância Epidemiológica de Belém.

“Entre as estratégias, a mais recente é a implantação das armadilhas EDL, desenvolvidas com apoio da Fiocruz e do Ministério da Saúde, que reduzem a população de mosquitos na cidade e combatem não só a dengue, mas todas as arboviroses. O objetivo é avançar ainda mais em biotecnologia. Após essa fase de diminuição dos mosquitos, devemos trazer, junto à Fiocruz e ao Ministério da Saúde, a tecnologia da Wolbachia, que poderá beneficiar não só Belém, como todas as cidades do Pará”, destacou o secretário municipal de Saúde, Rômulo Nina.

Histórias que ensinam com carinho

Entre as ações educativas da Secretaria Municipal de Saúde, o teatrinho de fantoches é uma das atividades mais queridas pelas equipes de Educação em Saúde. Com criatividade e sensibilidade, servidoras da Sesma dão vida a personagens que ajudam a explicar, de forma lúdica e divertida, a importância de combater o mosquito da dengu.

A agente Ana Rosa Banassuly, conhecida carinhosamente como Paulinha, faz parte da Coordenação de Educação em Saúde do Distrito DAICO — e fala com orgulho sobre o projeto: “É uma alegria participar dessas ações. O teatro é uma ferramenta de aproximação com as crianças e ajuda a transformar conhecimento em atitude.”

No enredo preparado pela equipe, o público conhece Juquinha, o menino levado que joga lixo no chão e acaba atraindo a temida Mosquita da Dengue. A personagem é interpretada por Silvia Nunes, que explica com bom humor: “Juquinha é aquele garoto curioso, mas que ainda está aprendendo. Ele mostra que pequenas atitudes erradas — como deixar vasilhas com água parada — podem trazer grandes problemas.”

Lili, vivida por Gerlene Monteiro, é a amiga que tenta colocar o Juquinha no caminho certo. “Lili representa as crianças que entendem o recado e ajudam os amigos a cuidar do ambiente. É um jeito divertido de ensinar e de inspirar mudanças”, conta Gerlene.

As apresentações teatrais, criadas e desenvolvidas pelas próprias servidoras, fazem parte das ações educativas da Sesma nos distritos, levando informação e reflexão para escolas, feiras de saúde e comunidades.

Na arte educação ainda temos a nossa Dengosa.

Nesta ação específica, a equipe do DAICO participou apresentando o material e os personagens do teatro de fantoches, reforçando o compromisso da SESMA com a educação em saúde como ferramenta transformadora de comportamento e cuidado coletivo.

Compartilhe: 

Veja também

Pesquisar