Rafael Magalhães, 37 anos, dirigente sindical, é um dos cerca de 50 mil turistas que estão em Belém participando da COP 30. Mas, para além de conferências, debates e painéis sobre as emergências climáticas, o paulista Rafael não para.
Além de acompanhar, diariamente, a programação da chamada Green Zone na Conferência Mundial do Clima, Rafael também não passa um dia sequer sem conhecer os encantos da capital paraense. “Tento aproveitar ao máximo o que Belém tem a oferecer”, afirma.
Crédito: Paula Lourinho

Dormindo cerca de quatro horas por noite, o paulista cumpre uma agenda que mistura a programação oficial da COP e as festas que agitam Belém neste período. “Fui nas programações da Freezone, em vários barzinhos e, claro, no Ver-o-Peso. Amanhã vou ver o cantor Felipe Cordeiro se apresentar em uma casa tradicional de shows da cidade”, conta o turista empolgado.
O ritmo alucinante do turista paulista em Belém começou desde o primeiro dia. Ele desembarcou de madrugada, e antes mesmo de descansar, seguiu direto para a Ilha do Combu. Desde então, não parou mais. Entre um painel sobre clima e uma palestra, o turista se diz encantado com a cidade e seus sabores. “Almocei várias vezes no Ver-o-Peso. Amo o peixe com açaí de lá. Também adoro maniçoba”, revela.
Essa é a segunda visita de Rafael à capital paraense.
“Há dois meses vim com amigos, passar férias, mas a cidade estava toda em obras. Agora está muito linda. As obras da COP deram outra cara para Belém. A Doca, por exemplo, está maravilhosa”, elogia o turista, ao mesmo tempo em que pesquisa qual será a festa do dia.
Crédito: Paula Lourinho

Além da comida, das festas e da paisagem amazônica, o que mais encanta Rafael é o jeito acolhedor dos belenenses. “Em São Paulo tudo é muito mecanizado. Aqui, não. As pessoas são simpáticas, tratam a gente muito bem. Em qualquer lugar, a gente faz amizade”, comenta.
Rafael participa até de um grupo de WhatsApp, que reúne turistas brasileiros e estrangeiros que vieram para a COP 30, criado para combinar os eventos e festas nas quais eles estarão.
Sobre a organização do evento, o paulista não economiza elogios: “Achei estratégica. Essa divisão entre Green Zone e Blue Zone ficou ótima. Gosto também de ver que há programações espalhadas pela cidade, não tudo concentrado num só lugar”
Antes de voltar a São Paulo, no dia 17 de novembro, Rafael ainda pretende conhecer a Ilha do Marajó, para encerrar a viagem em grande estilo.
De Boston para Belém: a Amazônia como primeira parada no Brasil
Quem também aproveita a estadia na COP 30 para conhecer a cidade é Elleen Kim, 21 anos, estudante de graduação na Universidade de Boston (EUA). É a primeira vez que ela visita o Brasil — e a experiência, segundo ela, não poderia ser melhor.
Crédito: Vívian Carvalho

“Me sinto muito feliz que minha primeira experiência no país tenha sido aqui, na Amazônia”, diz a jovem. Na COP 30, ela se dedica a assistir palestras e conferências sobre a fauna, flora e povos indígenas da região.
Menos agitada do que o paulista Rafael, Elleen prefere passeios diurnos e ao ar livre. “Visitei a Ilha do Combu, a Estação das Docas e o Mangal das Garças. Também provei frutas locais, vatapá e maniçoba”, conta, sorridente.
Encantada com a paisagem e a história local, a estudante norte-americana compara Belém à sua cidade natal. “Belém é linda e tem uma rica história, diferente da antiga Boston, de onde eu venho. Estou animada para explorar ainda mais esta cidade linda”, revela a turista internacional.
Mas se Kim difere do turista paulista em relação ao ritmo, uma coisa eles têm em comum. Ambos exaltam a hospitalidade paraense.
“Uma das coisas que mais gostei em Belém é que os moradores são muito acolhedores. Mesmo quando não falam inglês, tentamos nos comunicar pelo Google Tradutor e eles são pacientes e gentis. No fim, dá tudo certo”, conta Ellen.
Ellen está em Belém acompanhada de outros colegas da universidade americana e, segundo ela, todos voltarão para casa levando não apenas o aprendizado da conferência, mas também a vivência da cidade, da floresta e do calor humano amazônico.
Para Ellen, Rafael, e tantos outros milhares de turistas, a capital da Amazônia já deixa saudades antes mesmo de a COP 30 terminar.