Belém vive boom turístico nos primeiros dias da COP 30

O legado deixado pela COP 30 fortalece Belém como porta de entrada para a Amazônia e destino turístico de relevância mundial nos próximos anos.

Crédito: Paula Lourinho

Turistas chineses exploram a Estação das Docas e descobrem os sabores únicos das frutas paraenses.

Belém viveu uma movimentação turística intensa nos primeiros quinze dias do mês de novembro, impulsionada especialmente pela chegada de milhares de estrangeiros que visitaram a capital paraense pela primeira vez. A conferência global sobre mudanças climáticas transformou a cidade em vitrine internacional da Amazônia e isso se refletiu nas ruas, nos hotéis, na orla e nos principais pontos turísticos, todos registrados com o fluxo acima do habitual para o período.

Para dar suporte a esse movimento de visitantes, a Prefeitura de Belém, em parceria com o Ministério do Turismo e a Embratur, disponibiliza Pontos de Informação Turística (PITs) em locais estratégicos da cidade. Os totens e lounges bilíngues (português, inglês e espanhol) estão distribuídos em pontos-chave como a Estação Das Docas, o Terminal Hidroviário Luiz Rebelo Neto, Porto Futuro II, Complexo Feliz Lusitânia, Mangal das Garças e Terminal Hidroviário Rui Barata.

Esses espaços oferecem orientações aos visitantes sobre atrativos, hospedagem, gastronomia, transporte, serviços de saúde e segurança, garantindo que o visitante circule pela cidade com autonomia e segurança.

Movimento intenso na Estação das Docas

O impacto da COP 30 também se refletiu diretamente nos principais atrativos locais. A Estação das Docas, tradicional cartão-postal de Belém, recebeu um grande volume de visitantes nesse período, com movimento constante tanto de delegações estrangeiras quanto de turistas independentes.

Crédito: Paula Lourinho

Com fluxo intenso de turistas, Clarissa Andrade atua no PIT da Estação das Docas oferecendo informações e orientações.

Clarissa Andrade, funcionária responsável por auxiliar usuários no Ponto de Informação Turística instalado na Estação, conta que o fluxo de turistas aumentou significativamente e que o atendimento tem sido diversificado:

“Os nossos pontos turísticos estão sendo muito procurados, especialmente aqui na Estação das Docas, que está bem movimentada todos os dias. As pessoas também pedem muitas informações sobre a Ilha do Combu, o Outeiro e outras praias próximas de Belém. Já atendi gente de Singapura, Turquia, Holanda… muita gente mesmo. Às vezes chegam pedindo internet, outras vezes estão perdidas ou querem indicação de restaurante. Mostro as experiências daqui e os principais atrativos da cidade. Mas o lugar mais procurado, sem dúvida, é a Estação das Docas”, relatou.

Crédito: Paula Lourinho

O casal José Porteis e José Airton explora Belém com apoio do Ponto de Informação Turística durante a COP 30.

O saldo inicial é positivo: turistas estrangeiros relataram satisfação com a receptividade e a facilidade de acesso às informações.

Maria, uma visitante alemã que esteve pela primeira vez na Amazônia, contou que recorreu ao PIT do Porto Futuro assim que desembarcou na cidade.

“Nós chegamos a Belém pela primeira vez depois de um longo voo, e fomos direto a um dos pontos de informação para falar com alguém que conhece a cidade, em inglês, fez toda a diferença. Recebemos dicas de passeios no Mangal das Garças e até um guia para almoçar no Ver-o-Peso. Estou encantado com a calorosa recepção.” – disse José Porteis, 69 anos, turista canadense, durante uma conversa no PIT do Porto Futuro.

José Airton, 30 anos, esposo de Porteis, complementou: “Usei o totem digital para checar roteiros e transporte para o Parque Linear da Nova Doca. Foi simples e eficiente. A iniciativa me deu segurança para a gente explorar a cidade. Acho que essa rede de informações é fantástica para a COP 30.”

Crédito: Paula Lourinho

Joseph Burke destaca a acolhida e a clareza das orientações recebidas no PIT durante sua visita a Belém.

Outro visitante que destacou o impacto positivo da nova estrutura turística foi o americano Joseph Burke, que chegou a Belém para acompanhar a programação da COP-30 e buscou informações logo no primeiro dia.

“Quando cheguei, fiquei surpreso com a quantidade de pontos de informação espalhados pela cidade. No PIT, me explicaram direitinho como chegar ao Mangal das Garças e ao Complexo Feliz Lusitânia. O atendimento foi muito claro e acolhedor. Para quem não conhece Belém, isso faz toda a diferença”, afirmou Burke, que também elogiou a receptividade dos profissionais e a facilidade de navegação pelos totens bilíngues.

Esses relatos, ainda que ilustrativos, refletem a proposta dos PITs de tornar Belém mais acessível, informativa e amigável para o público internacional.

Delegação chinesa experimenta sabores paraenses

Entre os grupos que passaram pelo complexo turístico estava parte da delegação chinesa — Lau, Ruan, Huang e Lin — que visitou a Estação das Docas pela primeira vez para conhecer a arquitetura, a vista da Baía do Guajará e, claro, experimentar os tradicionais sorvetes de frutas amazônicas.

“É nossa primeira vez na Amazônia e queríamos muito provar os sabores locais. Gostamos especialmente do cupuaçu e da tapioca. A Estação é muito bonita e acolhedora”, comentaram, entre risos, enquanto apreciavam as sobremesas.

Turistas pernambucanas destacam acolhimento

Crédito: Paula Lourinho

Aline Mendes e Nuala Costa, representantes da organização Todas Para o Mar, exploram Belém enquanto participam da COP 30.

Aline Mendes, 27 anos e Nuala Costa, de 31, integrantes da organização Todas Para o Mar, movimento dedicado às pautas do oceano e dos povos das águas na COP 30, também visitaram Belém pela primeira vez. As duas ressaltaram a boa experiência que tiveram nos primeiros dias na cidade.

“Estamos encantadas com a recepção e com a força da cultura paraense. A cidade está linda e muito bem preparada para receber quem vem de fora”, afirmou Aline.

Nuala reforçou: “A gastronomia, as pessoas, os espaços culturais… tudo tem sido muito positivo. É uma experiência marcante participar da COP e conhecer Belém ao mesmo tempo.”

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Ver-o-Rio e Parque Linear também registram alta procura

O Ver-o-Rio registrou alta movimentação, especialmente no final da tarde, quando muitos visitantes buscavam experiências gastronômicas, passeios pela orla e apresentações culturais.

Já o Parque Linear da Tamandaré se transformou em um dos locais mais procurados pelos participantes do evento, combinando áreas de convivência, vista privilegiada para a Baía do Guajará e estrutura adequada para atividades culturais e esportivas.

Crédito: Paula Lourinho

Turistas e moradores se reúnem no Ver-o-Rio para apreciar a paisagem e a programação da orla.

A COP 30 é um sucesso dentro e fora dos pavilhões oficiais. Para além dos debates climáticos, o evento provocou melhorias urbanas, tem impulsionado a economia local, incentivado a qualificação do setor turístico e posicionado Belém em destaque no cenário internacional. O legado deixado pela COP 30 também fortalece Belém como porta de entrada para a Amazônia e destino turístico de relevância mundial nos próximos anos.

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