A Prefeitura de Belém conclui agenda na COP-30 com a participação em mais de dez painéis dedicados à sustentabilidade, governança integrada e gestão de resíduos. Ao longo do evento, o público conheceu os avanços da capital paraense na economia circular, inclusão produtiva e inovação ambiental, consolidando o município como referência nacional nessa agenda.
Desde o início da conferência, a Prefeitura, por meio da Secretaria Executiva de Inclusão Produtiva (Seinp), conduziu um balanço do trabalho de reciclagem realizado dentro e fora dos espaços da COP, um esforço da gestão municipal com educadores ambientais e cooperativas responsáveis pela triagem diária dos resíduos gerados no evento.
Oportunidades para Belém
A secretária Executiva de Inclusão Produtiva, Pâmela Mossoud, destacou que Belém ampliou as articulações institucionais e parcerias estratégicas com instituições ambientais, empresas e organizações da sociedade civil.
“A COP abriu portas importantes para Belém. Trouxe parceiros, aproximou experiências e nos deu a oportunidade de mostrar o que estamos construindo. Hoje temos ações estruturantes, cooperativas fortalecidas e uma rede que faz a diferença na vida de quem trabalha com reciclagem”, afirmou.
Entre as iniciativas apresentadas, ela relembrou projetos como o Hub de Reciclagem que troca recicláveis por PIX, o fortalecimento das 16 cooperativas cadastradas, o avanço da logística reversa e a implantação da ecobarreira do Canal da Tamandaré.

Reconhecimento nacional
No painel sobre metano, o secretário nacional de Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental, Adalberto Maluf, elogiou o trabalho desenvolvido pela Prefeitura de Belém e reforçou que o município se tornou referência para o país.
“Belém passa a ter a primeira central pública de compostagem da região Norte, com grande capacidade de operação. Em vez de enviar restos de poda e alimentos para o aterro, o município transforma esses resíduos em composto. Isso reduz emissões, gera renda e cria alternativas reais ao modelo tradicional”, enfatizou o secretário.
O secretário nacional destacou, ainda, que Belém demonstrou o potencial de transformação na gestão de resíduos, mencionando a integração entre Governo Federal, Instituto Pólis e cooperativas locais para que o modelo permaneça como legado.
Mulheres no centro da transformação
O protagonismo feminino na agenda de resíduos ganhou destaque no painel “Belém e a Gestão de Resíduos – Inclusão Produtiva e Governança Integrada para a Sustentabilidade Urbana”. Representando a Prefeitura, a titular da Seinp dividiu a mesa com Débora Bayer, presidente da cooperativa Concaves, e Sandra Kennedy, representante do Ministério das Mulheres.
A presidente da cooperativa Concaves relembrou a trajetória da cooperativa, formada por mulheres e homens que saíram do antigo lixão e hoje atuam como profissionais reconhecidos e remunerados. A representante do Ministério das Mulheres reforçou que mais de 50% dos catadores do Brasil são mulheres e que políticas como as desenvolvidas em Belém garantem autonomia econômica e superação de vulnerabilidades históricas.

Circularidade do vidro: outro destaque da participação de Belém
Outro momento importante da programação foi o painel “Circularidade do Vidro e Missão Amazônia”. Ao lado de representantes da Abrasel e da Concaves, a secretária apresentou a campanha criada para enfrentar o descarte irregular de vidro na cidade.
“O vidro é um dos grandes desafios de Belém, e estamos construindo soluções junto com quem está na ponta, envolvendo bares, restaurantes e cooperativas com a inauguração do nosso triciclo elétrico. Esse equipamento vai recolher, triturar o vidro e destinar este material para as cooperativas parceiras”, afirmou.
Legado da COP 30 para a cidade
Belém conclui a participação na COP-30 com resultados concretos que fortalecem a política municipal de resíduos sólidos e consolidam um novo momento para a cidade.
Na Conferência, o município integrou 254 catadores ao sistema oficial, firmou novas parcerias para estruturar e ampliar a capacidade das cooperativas, avançou na coleta seletiva e na logística reversa, ampliou ações de educação ambiental em diversos territórios e garantiu investimentos inéditos em compostagem, reciclagem e economia circular.





*Texto por Juliana Maia e Rodrigo Sauma