Belém virou epicentro do debate nacional sobre resiliência e prevenção de desastres. O evento “Pontes da Resiliência – Defesa Civil Conectando Saberes” chegou em seu segundo dia nesta sexta-feira (21), reunindo representantes de 70 municípios brasileiros, incluindo 64 cidades paraenses, para fortalecer a atuação da Defesa Civil no Brasil.
Promovido pelo Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes da Defesa Civil das Capitais e Grandes Cidades (FNDC), em parceria com a Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP), o encontro encerra neste sábado (22), no Auditório João Batista da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), em Belém.
Segundo Vitor Magalhães, superintendente da Defesa Civil de Belém e vice-presidente de Mudanças Climáticas do FNDC, o encontro tem o propósito de integrar institucionalmente e consolidar estratégias conjuntas de prevenção, mitigação e resposta a riscos e desastres. Além disso, o evento ganha destaque por sua realização em paralelo à COP 30, que ocorre em Belém.
“O futuro de Belém e do Brasil passa pela nossa capacidade de nos anteciparmos aos riscos. Não podemos apenas remediar; investir em resiliência urbana e nos projetos locais, como o ‘Defesa Civil nos Bairros’. Esse é o nosso maior legado para a COP 30, garantindo que as comunidades estejam no centro da nossa estratégia climática.”, destacou o superintendente da Defesa Civil.
PREVENÇÃO E INVESTIMENTOS
As discussões reafirmam o papel essencial das Defesas Civis municipais na implementação dos compromissos climáticos assumidos pelo Brasil, colocando as questões urbanas e de resiliência no centro do debate climático global.
Para Sosthenes Macêdo, presidente do FNDC e diretor-geral da Defesa Civil de Salvador, há necessidade de financiar a resiliência para evitar grandes perdas.
“O financiamento da resiliência não é um custo, mas sim uma economia de vidas e recursos. Como discutimos no tema central: ‘Financiar a resiliência é dizer não aos desastres’. Precisamos de uma política nacional robusta, que garanta que os municípios tenham os recursos para a prevenção, e atue com eficácia antes, durante e após qualquer evento crítico.”, ressaltou Macêdo.
PROGRAMAÇÃO
Pela manhã, o encontro destacou a necessidade de financiar a resiliência e dizer não aos desastres com estratégias concretas, com a apresentação do “Projeto Defesa Civil nos Bairros” de Belém e a discussão sobre o Plano Municipal de Redução de Risco de Belém.
Além disso, o coordenador da Defesa Civil de Belém, Lucas Torres, abordou a “Gestão de Enchentes e Inundações em Belém: Casos e Estratégias de Adaptação Urbana”, sublinhando a importância da atuação municipal, tanto na prevenção de riscos e desastres quanto no reforço da atuação após desastres.
O evento segue com debates, ressaltando que investir em resiliência é a chave para proteger a sociedade dos impactos das mudanças climáticas, garantindo que as cidades brasileiras estejam melhor preparadas para o futuro.
Estiveram também presentes a vice-prefeita de Barcarena e membro da Comissão Permanente de Adaptação Urbana e Prevenção de Desastres da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos, Cristina Vilaça; o secretário da Defesa Civil de Manaus e Vice-Presidente de Estiagem e Seca do Fórum Nacional de Dirigentes de Defesa Civil, Coronel Lima Júnior; o subsecretário da Defesa Civil do Rio de Janeiro e Vice-Presidente de Tecnologia, Dados e Monitoramento de Riscos, Escorregamentos e Movimentos de Massa do Fórum Nacional de Dirigentes de Defesa Civil, Rodrigo Gonçalves da Silva; e o coordenador de Relações Institucionais e Projetos da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos, Daniel Miranda.