O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Mosqueiro, em pareceria com a Guarda Municipal e Conselho Tutelar, deram início na manhã desta quinta-feira, 23, a uma ação intersetorial de enfrentamento ao trabalho infantil em tempos de pandemia. O trabalho, que segue nesta sexta, 24, visa informar e sensibilizar os comerciantes sobre os danos causados pelo trabalho infantil.
O evento está sendo realizado nos lugares com maior incidência de trabalho infantil do distrito, como nos Bairros do Carananduba, São Francisco, Maracajá e Paraíso. Os bairros foram selecionados de acordo com os diagnósticos de área dos anos de 2018 e 2019.
De acordo com a coordenadora do Creas, Claudia Cezar, a ação pretende contribuir para o engajamento dos moradores do distrito de Mosqueiro, na luta e defesa dos direitos de crianças e adolescentes principalmente contra a prática do trabalho infantil. “Estamos colando cartazes e o símbolo do catavento nos estabelecimentos que aceitam participar dessa luta contra esse problema que assola a vida de crianças e adolescentes. Além disso, estão sendo firmadas parcerias com os comerciantes, para que quando observarem crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil deverão coletar informações pessoais sobre eles e repassar ao Conselho Tutelar que iniciará o fluxo de atendimento”, explicou.
No mês de junho, as ações referentes ao enfrentamento do Trabalho Infantil são mais intensificadas devido ao dia 12 de junho, data que celebra o Dia Nacional e Mundial de Combate ao Trabalho Infantil. Assim, as ações estão sendo voltadas para o fortalecimento da rede socioassistencial e intersetorial.
Para a conselheira tutelar Lilian Saldanha, a ação é muito mais que uma simples distribuição de material informativo. “É um trabalho com conscientização, no qual vamos falar sobre o conteúdo e chamar a atenção para a importância de ficar atento a essa questão. Muitas vezes as pessoas não percebem que pequenos gestos favorecem o trabalho infantil, como dar a latinha vazia para a criança, comprar algo que eles estejam vendendo. É preciso pensar onde estão os pais, quem mandou ela fazer aquilo, os riscos de estar sozinha e em locais perigosos expostos a pessoas mal intencionadas, entre outros fatores”, completa.
Em 2019 foram realizados 605 atendimentos de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil pelo Serviço de Proteção Especializado a Famílias e Indivíduos e pelo Serviço Especializado em Abordagem Social da Fundação Papa João XXIII (Funpapa). De janeiro a março deste ano, foram contabilizados 155 atendimentos.
Denúncias de trabalho infantil podem ser feitas no Conselho Tutelar mais próximo ou pelo Disque Denúncia Nacional, o Disque 100.
Texto: Márcia Moraes
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								