Às vésperas do aniversário de 389 anos do mercado do Ver-o-Peso, feirantes e visitantes do complexo receberam ações educativas sobre prevenção e combate à proliferação de doenças durante toda a manhã desta quarta-feira, 23. A programação, organizada pela Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria de Saúde (Sesma), teve também vacinação contra febre amarela e tríplice viral (sarampo, rubéola, além de caxumba), orientação e desratização em toda a feira.
A vendedora de comida Andréa Lima, de 42 anos, aproveitou um intervalo na barraca que trabalha para participar da mobilização e tirar dúvidas as sobre o mosquito transmissor dos vírus zika, dengue e chikungunya, o Aedes Aegypti. “Assim como eu, muitos ainda não sabem qual mosquito é o responsável em transmitir essas doenças. É preciso saber identificar para evitar ser contaminado”, disse a boeira. “Fui orientada também no sentido do que fazer para não haver a proliferação do vírus”, completou.
“Aproveitamos a movimentação na feira durante a manhã de hoje para abordar tanto o público adulto, quanto o infantil, para a prevenção de doenças”, explicou David Aurélio, Chefe do Controle de Divisão de Endemias da Sesma, que referiu-se sobre o grande fluxo de pessoas no mercado, em decorrência à procura de pescado e frutas para a Semana Santa. “Nosso público alvo não é só o feirante, mas também a clientela em geral. Todos devem ter a conscientização que é preciso trabalhar em conjunto para combater o vírus”, concluiu.
De acordo com dados divulgados pela Sesma, foram notificados no período de 03 de janeiro a 15 de março, deste ano, 696 casos de dengue; 453 de zika e 58 de chikungunya. Porém, foram confirmados 42 casos de dengue; 03 de zika e nenhum paciente confirmado com chikungunya. Os números são divulgados pela secretaria a cada 15 dias.
Orlando Moraes Gomes, de 51 anos, estava na feira para comprar os ingredientes do almoço de Páscoa. Ao ver a mobilização dos agentes, o autônomo quis “conhecer” os mosquitos. Pelo microscópio, Orlando pôde saber a diferença do mosquito que transmite a dengue e zika e o transmissor da doença de chagas. “Agora é evitar que esses mosquitos apareçam em casa e levem doenças à minha família”, disse. “Vou praticar tudo o que foi explicado e eliminar qualquer ação que possa ajudar na proliferação dos vetores”, garantiu sorridente.
“A ação busca orientar adultos e crianças para que eles também sejam multiplicadores de informação aos amigos e comunidade”, ressaltou Samerson Gomes, agente de combate às endemias que participou da ação. “Nós trazemos os objetos de laboratório para explicar como esse vetor se transforma. Esse é o momento de retirar todas as dúvidas”, finalizou Samerson.
A mobilização da Sesma está prevista para ocorrer novamente durante a programação de aniversário do Ver-o-Peso.
AÇÃO
Combater o Aedes Aegypti é responsabilidade de toda a população. O mosquito se reproduz em qualquer lugar com condições propícias (água parada limpa ou pouco poluída). A conscientização da população e a tomada de medidas são de fundamental importância para a redução dos casos da doença do Brasil.
Portanto, você também pode ajudar nesta campanha. Veja como:
– Não deixe água parada em pneus fora de uso. O ideal é fazer furos nos pneus para evitar o acúmulo de água;
– Não deixe água acumulada sobre a laje da residência;
– Não deixe a água parada nas calhas da residência. Remova folhas, galhos ou qualquer material que impeça a circulação da água;
– A vasilha que fica embaixo dos vasos de plantas não pode ter água parada. Deixe estes pratos sempre secos ou com areia;
– Caixas de água devem ser limpas constantemente e mantidas sempre fechadas e bem vedadas. O mesmo vale para poços artesianos ou qualquer outro tipo de reservatório de água;
– Vasilhas para animais (gatos, cachorros) beberem água não devem ficar mais do que um dia com a água sem trocar;
– As piscinas devem ter tratamento de água com cloro (sempre na quantidade recomendada). Piscinas não utilizadas devem ser desativadas (retirar toda água) e permanecer sempre secas;
– Garrafas ou outros recipientes semelhantes (latas, vasilhas, copos) devem ser armazenados em locais cobertos e sempre de cabeça para baixo. Se não forem usados devem ser embrulhados em sacos e descartados no lixo (fechado);
– Não descartar lixo em terrenos baldios e manter a lata de lixo sempre bem fechada.
Texto: Adriana Pereira
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								