Ação social da Sesma atende mulheres trans em situação de rua

Entre batons, pincéis e blush, cinco mulheres trans em situação de rua que moram no abrigo estadual Jarbas Passarinho tiveram um dia muito especial nesta terça-feira, 11, quando receberam uma aula de automaquiagem com direito a uma maleta com produtos de beleza e de higiene. O evento foi organizado pela equipe da referência técnica de saúde mental da Secretaria Municipal de Saúde.

O aniversário de uma das participantes deu origem à ideia da ação, como explicou a terapeuta ocupacional Izabela Negrão. "Uma das meninas, a Stephanie Silva, completou 22 anos e nós resolvemos aproveitar a data para fazer esse evento como um presente para ela e para as colegas. É muito bom ver o brilho no olhar delas, a gratidão que elas sentem. Isso não tem preço".

Além de maquiagem elas receberam roupas e fizeram uma sessão de fotos. "É uma forma de trabalhar com a autoestima delas, fazer se sentirem especiais além de fortalecer o vínculo entre eu e as garotas para que o nosso trabalho fique cada dia melhor”, disse Izabela.

Uma palestra com a ativista trans Lana Larrá completou a programação. Lana falou sobre o tempo em que morou na rua, a exclusão e o preconceito e como conseguiu superar as dificuldades e fazer a faculdade de psicologia. "O sorriso dessas meninas, mesmo com uma vida tão sofrida, me trouxe diversas reflexões, e uma delas foi a continuar resistindo por direitos e dignidade de sobrevivência", declarou emocionada.

O trabalho com essas mulheres acontece uma vez por semana no abrigo em que elas vivem. Durante as visitas são abordados assuntos com DST, higiene pessoal, abuso de álcool e drogas e se alguma delas precisar de assistência é encaminhada para atendimento no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (Caps AD).

Trabalho

A equipe de referência técnica de saúde mental nda Sesma realiza um trabalho diário nos abrigos de Belém, atendendo pessoas em situação de rua, com atividades como yoga, educação física e oficinas de artesanato, além de palestras de capacitação para que esses moradores possam ter recursos para se manter quando saem do abrigo, já que o tempo de permanência nessas instituições é de seis meses a dois anos.

Texto: Carolina Boução

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