Adoção responsável: cães e gatos têm a chance de ir para um lar com a ajuda da Prefeitura de Belém

Dar um lar para animais abandonados é o principal objetivo da Feira da Adoção, que no mês de abril completou um ano. A iniciativa da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), já promoveu a adoção de 270 animais em média, durante as nove ações realizadas no ano de 2015 e no início deste ano. As ações são realizadas uma vez por mês em diversas praças de Belém, no centro da cidade e periferias.

A 10ª edição da feira será neste domingo, 22, na praça Amazonas, em Belém. E para quem pretende adotar um animal diretamente no CCZ, o centro funciona de segunda a sexta-feira, de 8h às 16h. É só ir lá. O CCZ funciona de segunda a sexta-feira, de 8h às 16h.

Para adotar, os interessados devem apresentar documento de identidade e comprovante de residência. Após o cadastro inicial é realizada uma entrevista com um assistente social para avaliar as condições do adotante. Em seguida, caso seja aprovado, a pessoa escolhe o animal que deseja adotar. E então é assinado o termo de compromisso e por fim, o animal recebe a vacina antirrábica.

Quem já adotou animais na Feira de Adoção promovida pela Prefeitura dificilmente se arrepende. Donos de um olhar despretensioso e da fidelidade de um verdadeiro amigo, os animais de estimação vêm conquistando cada vez mais espaço na vida das pessoas. Difícil saber os motivos desse fenômeno, mas não importa, pois representa a inserção de mais cães e gatos nos lares, diminuindo, gradativamente, a vida deles nas ruas.

A dona de casa Idalina de Souza, de 78 anos, diz que a amizade de Brisa, com cerca de 1 ano de idade, nasceu de um amor à primeira vista. “Ela me escolheu para ser sua dona, e eu ganhei uma filha e companheira”, afirmou dona Idalina, que adotou a cadelinha com aproximadamente 5 meses em uma feira de adoção promovida pelo CCZ.

Leve como uma brisa: este foi o motivo pelo qual a cadelinha foi rebatizada pela aposentada. A franzina Brisa é a fiel escudeira e guardiã da casa de dona Idalina. “Aqui no nosso (bairro do) Guamá as coisas sempre são agitadas, e a Brisa dá conta do recado. Passa a noite de sentinela, atenta a qualquer situação. Ela é a minha filhota, que vive colada em mim e que eu não a quero perder por nada”, disse. “A Brisa esteve doentinha esses dias, mas eu não deixei ela só. Quero cuidar da minha cachorra e ainda pretendo arrumar alguns irmãozinhos para fazerem companhia para ela”, cogitou a dona de casa.

A simples presença de um animal de estimação em casa traz felicidade e novas descobertas para o laço familiar. Uns peludinhos, outros nem tanto. Uns pequenos e discretos, já outros, grandes e desengonçados. Alguns saudáveis e outros acometidos por graves doenças. Mas isso não importa, quando o afeto é recíproco ele vence as barreiras de uma casa “sem latidos” e abre espaço para o novo integrante chegar.

Infelizmente, ao contrário da aposentada, ainda existem pessoas que fazem da adoção uma ação de compra e descarte, como se o animal adotado fosse como um objeto descartável, que pode ser posto em uma caixa de sapato e abandonado em uma esquina para que alguém o recolha. Cães e gatos são vidas, e precisam de atenção, alimento e isso envolve gastos. Eles exigem cuidados e atenção ao longo de toda a vida, como se fossem crianças. Enfim, a aquisição de um animal, requer responsabilidade.

CCZ – Em Belém, quem deseja ter um animal de estimação não necessita comprá-lo, pois a adoção veio justamente para dar uma chance àqueles, que na maioria das vezes, jamais ganhariam a atenção de algumas pessoas. Foi assim que o Puff e a Bela conquistaram o coração de Eliana Uchoa, coordenadora da Feira de Adoção do CCZ, da Prefeitura de Belém, que declara seu amor até na tela do celular, onde mantém uma foto da dupla.

“Meus bichinhos são especiais por dois motivos, o primeiro deles é o fato de terem sido frutos de adoção. Eu pude dar um lar e, acima de tudo, amor para eles. O outro fator é que ambos não possuem uma das patinhas, algo que para mim fez toda a diferença. Aquele olhar triste de quem acha que nunca teria a chance de um lar, ganhou meu coração”, declarou Eliana.

Ao adotar um animal, o novo dono dá aos pets a chance de ter uma vida digna e feliz. Além disso, a adoção coíbe a procriação ilegal e a proliferação de doenças a que estariam expostos. “Nas adoções, as pessoas levam para casa um novo membro da família. É também um verdadeiro programa para elas, onde as crianças esperam ansiosas pelo dia em que, finalmente, vão poder ganhar seus bichinhos de estimação”, enfatizou a coordenadora.

De acordo com Eliana, a adoção também necessita de uma atitude básica, mas primordial: que seja consciente, e que as pessoas não peguem os animais dos abrigos, ruas ou feiras de adoção, para abandoná-los novamente.

Cuidados – Para além de promover a adoção de cães e gatos, o CZZ também oferece assistência médica preventiva a todos os animais que chegam à entidade. De acordo com o diretor do centro, o médico veterinário Altevir Lopes, todos os animais antes de irem para adoção passam por um procedimento médico. “Eles são vermifugados para que se prevenam doenças oriundas de vermes, e são castrados para evitar que tenham filhotes e o número de animais na rua aumente”.

Para assegurar que animal adotado está sendo bem tratado, uma equipe do CCZ vai até a residência do adotante.

Em 2015 foram recolhidos das ruas de Belém 388 cães, dentre eles, 137 foram machos e 201 fêmeas. Já os gatos somaram 252, sendo 106 machos e 146 fêmeas. Só no mês de abril deste ano 133 cães e 112 gatos foram resgatados das ruas de Belém.

A cada edição da feira, uma média de 60 animais são levados para a ação. Os que não são adotados voltam para o CCZ e ficam no aguardo da adoção. E os bairros periféricos são os que mais registram adoções, se comparados aos bairros de classe média.

Serviço:

O CCZ fica na rodovia Augusto Montenegro, km 11. Os telefones são (91) 3344-2350 e 3227-0355.

Texto: Karla Pereira

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