Em preparação à Semana de Mobilização Nacional da Hanseníase, que ocorre em janeiro de 2022, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) promoveu, nesta sexta-feira, 17, no auditório da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), uma capacitação para Agentes Comunitários de Saúde (ACSs). As formas de transmissão e tratamento e como se pode prevenir a doença foram os temas abordados.
Personagens importantes no acolhimento e interlocução da comunidade com os serviços de saúde, os ACSs terão, no Janeiro Roxo, a missão de identificar possíveis casos da doença, para que nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) o tratamento seja iniciado de forma precoce. Quanto mais cedo a doença for identificada, maiores as chances de cura.
A agente comunitária de saúde Brenda Brito, 35 anos, disse que é fundamental receber esse tipo de capacitação, pois os ACSs são responsáveis, na maioria das vezes, por fazer a primeira identificação de um provável caso.
“Muitos agentes não têm tanta informação sobre a hanseníase. Agora vamos levar esse conhecimento para as comunidades que atendemos, onde também, em geral, o desconhecimento sobre esse mal é comum”, disse.
Busca ativa
Ela contou ainda, que após o curso, será iniciada uma busca ativa nas comunidades, para inquirir moradores sobre manchas ou outros sinais na pele que não sejam comuns.
“Como profissional, para mim, esse conhecimento é muito importante. O ACS precisa estar sempre atualizado. Fico feliz por ter tido essa qualificação e saber mais sobre a doença e como a população pode procurar os serviços de saúde”, frisou Brenda.
Sensibilização – A coordenadora da Referência Técnica de Tuberculose e Hanseníase da Sesma, Bruna Sousa, informa que a capacitação faz parte da preparação para o Janeiro Roxo, mês de conscientização sobre a doença.
A hanseníase ainda é vista com muito preconceito e desinformação. Daí a importância de disseminar conhecimento, especialmente àqueles que estão na ponta do atendimento de saúde.
Ela disse, ainda, que entre os dias 17 e 22 de janeiro, Belém recebe uma grande ação, com médicos dermatologistas e hansenólogos do Ministério da Saúde, que vão fazer uma capacitação com os profissionais da atenção primária.
“Os ACSs, já capacitados, vão mandar os contatos para as unidades de saúde para que os médicos façam o diagnóstico e iniciem o tratamento precocemente”, assinalou.
Segundo a coordenadora, o portador de hanseníase, quanto tratado precocemente, consegue levar a vida normalmente e sem o risco de transmitir a doença.
No dia 22, os 30 médicos capacitados farão consultas na Unidade Básica de Saúde (UBS) Jurunas. “Teremos reuniões com os ACSs para articular e ver a logística do trabalho”, pontuou.
No Brasil, 312 mil novos casos de hanseníase foram registrados nos últimos dez anos, o que coloca o país na segunda posição no ranking mundial da doença, atrás apenas da Índia. A média é de 30 mil novos casos por ano.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a maioria dos casos (43%) ocorre no Nordeste. Em seguida, aparecem o Centro-Oeste (20%) e o Norte (19%).
(Com informações de Edielson Shinohara)
Texto: Luiz Carlos Santos
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								