Criar bons hábitos alimentares desde criança é fundamental para se conquistar uma vida mais saudável. Visando prevenir e combater a obesidade infantil, por meio da conscientização, a Prefeitura de Belém garante ações de acompanhamento nutricional e incentiva o consumo de alimentos naturais na merenda escolar.
Na semana em que se comemora, nesta quinta-feira, 31, o Dia Nacional da Saúde e Nutrição, os alunos da Escola Municipal Francisco da Silva Nunes, no Guamá, recebem uma equipe da Coordenação das Políticas de Segurança Alimentar e Nutricional (Copsan) que está traçando o perfil nutricional dos alunos e orientando os professores a introduzir a temática da boa alimentação na sala de aula. A ação se iniciou na terça-feira, 29, e se encerra na sexta-feira, 1.
“Estão sendo avaliados o peso e altura dessas crianças para que seja feita a classificação do diagnóstico nutricional delas, com base na curva de crescimento da Organização Mundial de Saúde (OMS). As crianças identificadas com risco para sobrepeso, obesas ou com desnutrição serão encaminhadas para o nosso ambulatório. Dessa forma, será realizado o acompanhamento nutricional delas e de suas famílias”, explicou a nutricionista da Copsan, Ana Laura Paraguassu.
De acordo com dados do Ministério da Saúde de 2015, Belém é a terceira capital em número de obesos, com o índice de 21% da população pesquisada. Já no que se refere à obesidade infantil no Brasil, o cenário também é preocupante. Ainda segundo dados do Ministério da Saúde, uma em cada três crianças brasileiras na faixa etária entre 5 e 9 anos está acima do peso.
A coordenadora adjunta da Copsan, Luciana Aquino, ressalta a importância de se preocupar com o sobrepeso. “Crianças com excesso de peso e taxas de colesterol elevadas podem desenvolver doenças como pressão alta e diabetes ainda na infância, além de possuírem mais chances de se tornarem adultos obesos”, disse.
A professora do 3º ano da unidade, Joana Leão, também se sente responsável por conscientizar os alunos sobre os riscos de uma má alimentação. “Nós, professores, somos referências em muitas coisas para os alunos. Aproveito a iniciativa e esclareço sobre os benefícios da boa alimentação”, afirmou.
Os alunos da rede municipal de ensino também são incetivados a consumir alimentos naturais, frutas e hortaliças. Desde 2014 é desenvolvido pela PMB, por meio da Fundação de Assistência ao Estudante (Fmae), o projeto “Educando com a Horta Escolar e a Gastronomia”. Com ele, os alunos passaram a semear, cuidar e colher alimentos que são consumidos no próprio ambiente escolar.
Vinte e nove unidades educacionais já possuem o projeto e, neste ano, este número deve ser ampliado para 40. “O ‘Horta’ tem efeitos fora da escola também. Já tem famílias que passaram a ter hábitos alimentares saudáveis a partir desta iniciativa. Inclusive alguns construíram hortas em suas casas”, revelou o presidente da Fmae, Walmir Nogueira.
Esta prática desenvolvida nas escolas pode contribuir para a mudança de alguns dados estatísticos, que mostram a falta de consumo de alimentos naturais no dia a dia na mesa dos belenenses. Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009, a mais recente divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre as capitais brasileiras Belém está em ultimo lugar em consumos de frutas e hortaliças, com 26,9%.
A merenda escolar dos alunos conta com um cardápio elaborado por uma equipe de nutricionistas, que respeitam os hábitos alimentares, a cultura alimentar da localidade e promove uma alimentação saudável e adequada para cada faixa etária. Alimentos regionais como açaí, jambu, chicória, cariru, pupunha estão presentes neste cardápio.
As frutas, legumes e verduras da alimentação dos 72 mil alunos das escolas municipais são livres de agrotóxicos e cultivados em ambiente familiar. Dos recursos financeiros repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), no mínimo 30% são utilizados na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar. Belém já utiliza 33% dos recursos repassados. Só em 2015 a PMB comprou alimentos de 200 famílias da região das ilhas de Belém, organizados em associações e cooperativas.
Texto: Andreza Carvalho
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								