Para conhecer de perto como a Prefeitura de Belém desenvolve a educação especial, voltada para os alunos com deficiência no município, o parceiro coorporativo do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, na realização do projeto Rios de Inclusão, Gláucio Barros, esteve na última terça-feira,15, em visita ao Liceu Escola de Artes e Ofícios Mestre Raimundo Cardoso, localizado no bairro do Paracuri, distrito de Icoaraci.
O projeto “Rios de Inclusão: cuidando de todos, valorizando cada um”, que é realizado em parceria entre o Unicef, a Prefeitura de Belém, o Governo do Estado e o Instituto Paraense de Toxina Botulínica, Ipat, tem o propósito de garantir os direitos de crianças e adolescentes com deficiências auditiva, visual, ou doenças neuro-psíquico-motoras, entre outras, nas políticas públicas de saúde, educação e assistência social.
Estiveram presentes também o coordenador do Unicef em Belém, Fábio Moraes e a gestora técnica do projeto, Tana Bassi, além da coordenadora do Centro de Referência em Inclusão Educacional, vinculado à Secretaria Municipal de Educação, Denise Costa.
Na escola, os visitantes foram recebidos pelo Coral do Liceu que reúne aproximadamente 40 crianças com e sem deficiência. Após o momento de acolhimento, os gestores presenciaram o Atendimento Educacional Especializado oferecido para os alunos cegos, observando todos os recursos oferecidos na escola para o aprimoramento das habilidades de cada estudante, como a iniciação ao Braille e técnicas de reconhecimento de tabletes térmicos, de textura, formas geométricas adaptadas, entre outros. Finalizando a visita, a equipe conheceu o espaço voltado para a realização de oficinas com a argila, instrumento utilizado também no AEE.
Para Gláucio Barros, a escola foi avaliada positivamente por cumprir de fato com a estimulação dos alunos com deficiência e de fato promover a inclusão. “O trabalho desenvolvido na escola é impressionante por criar oportunidades para suprir as necessidades dos alunos com deficiência. É uma escola bem estruturada, bem organizada e isso é fundamental. Não pode existir nenhum tipo de separatismo. Todos devem ter as mesmas oportunidades”, avaliou.
Com o desenvolvimento do projeto várias estratégias estão sendo elaboradas para garantir que as pessoas com deficiência possam frequentar e aprender dentro da sala de aula. Uma das metas é criar um protocolo que reunirá todas as informações do aluno e facilitará o atendimento na área educacional, como por exemplo, quando o aluno passar a frequentar outra escola o profissional que o atender já terá em mãos as informações com que irá desenvolver suas atividades, da mesma forma na área da saúde e da assistência social.
De acordo com o coordenador da Unicef em Belém, Fábio Moraes, o trabalho voltado para os alunos com deficiência em Belém já é consistente, o que deve melhorar mais ainda com a realização do projeto. “É possível ver um trabalho maravilhoso pelo comprometimento dos profissionais e pelo retorno que os alunos dão. O projeto Rios de Inclusão vem dar uma contribuição muito grande ao serviço que já vem sendo feito. A partir dele, nós já estamos dialogando sobre a gestão escolar e as políticas educacionais, para que todos possam ter os seus direitos garantidos. É um diálogo que fará a diferença e que está apenas começando”, afirmou.
Para a coordenadora do Crie, Denise Costa, o projeto na esfera municipal irá “promover a garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes, na busca da construção de princípios éticos permanentes, adotando o projeto como caminho que objetiva levar para as escolas todas as crianças e adolescentes com deficiência ou necessidades educacionais especiais da capital paraense”.
O “Rios de Inclusão” realizará ainda o Seminário de Integração das Políticas para Inclusão de Crianças e Adolescentes com Deficiência em Belém do Pará, no dia 29 de setembro, com local ainda a confirmar. A expectativa é que 600 pessoas participem da ação, entre diretores e coordenadores pedagógicos, representantes da área de saúde e da assistência social.
Texto: Aline Saavedra
