Ato pela doação de órgãos ganha os espaços da Praça Batista Campos

Uma grande mobilização pela doação de órgãos levou centenas de pessoas à Praça Batista Campos na manhã deste sábado, 27. instituições de saúde, organizações que apoiam a causa, artistas, profissionais da área e a população em geral deram corpo à programação organizada pelo Banco Social de Doação de Órgãos e Transplantes, da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), com apoio da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sespa) e Prefeitura de Belém, via Secretaria Municipal de Saúde (Sesma).

Entre tantas pessoas que abriram um espaço nos seus compromissos diários para reforçar a mensagem da doação, estava a profissional de saúde Vanessa Magno, que vive de perto o drama de quem aguarda por um transplante de órgãos. Há seis anos a irmã de Vanessa está na fila de espera por um novo rim. E foi durante umas das muitas sessões de hemodiálise que precisa fazer constantemente que a jovem recebeu a notícia mais esperada: um dos irmãos é compatível e poderá ser o doador.

“Eu me emociono muito quando vejo a minha irmã tão linda e tão forte lutar pela vida. Não é fácil. A gente só pensa em ser doador quando sente na própria carne a dificuldade que é para se obter um órgão. Não pode ser assim, temos que nos informar e deixar claro para a nossa família que queremos ser doadores. Isso é vida”, relatou Vanessa.

De acordo com o titular da Sesma, Sérgio de Amorim, já de algum tempo a Secretaria vem apoiando e fomentando o trabalho em doação de órgãos no município. “Muitas vidas podem ser salvas a partir deste gesto de solidariedade. Por isso, se você tem a vontade de doar, é fundamental que comunique a sua família e peça que seu desejo seja respeitado. Uma única pessoa, dependendo do seu estado clínico, pode ajudar a salvar até outras nove pessoas com a doação de órgãos”, destacou.

Atualmente, Belém conta com uma equipe interdisciplinar que compõe a Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), instalada no Hospital de Pronto-Socorro Municipal Mário Pinotti, cuja missão é organizar e viabilizar o processo de doação de órgãos e tecidos através da identificação de potenciais doadores, do acolhimento às famílias e da realização da entrevista familiar.

Até agosto deste ano, o Pará contava 850 pessoas na fila de espera por uma córnea e outras 770 por um rim, o que mostra a necessidade de se desenvolver ações constantes de esclarecimento e conscientização da população sobre a importância da doação. Por outro lado, os avanços obtidos com as campanhas que vem sendo feitas de forma quase permanente e também com a criação de uma retaguarda para esses processos – profissional e tecnológica – já podem ser percebidos pelo número de transplantes realizados no Estado: somente em 2013 foram 53 de rim, um de fígado e 238 de córnea. Este ano, já foram 29 transplantes de rim e 135 de córnea.

Durante a ação, dezenas de pessoas se juntaram em torno de uma das árvores da praça, fizeram orações e cantaram em favor da causa.

Texto: Paula Barbosa

Compartilhe: 

Veja também

Pesquisar