Logo na chegada ao Horto Municipal, na manhã desta sexta-feira, 14, o Papai Noel foi cercado e abraçado por centenas de crianças. Aquelas que brincavam e corriam, logo se apressaram para receber um afago do bom velhinho. A programação, fez parte do Auto de Natal do Centro de Referência em Inclusão Educacional Gabriel Lima Mendes (Crie), marcado por comemorações e brincadeiras dos alunos com deficiência atendidos pela rede municipal de ensino.
“Esse momento é de congraçamento, de amor fraterno, onde elas vivenciam o espírito natalino e a felicidade”, disse emocionada a coordenadora do Crie, Denise Costa. “A importância do Crie na vida das nossas crianças, estudantes com deficiência ou não, é justamente o amor fraterno acima de tudo, a integração das famílias”, completa Denise. A coordenadora do Centro de Referência foi a responsável pelo início das comemorações e apresentações artísticas.
Maria Eduarda da Costa passou a manhã interagindo com os colegas e tirando fotos com os personagens natalinos interpretados pelos professores das salas de recursos do Crie. A garota de 17 anos tem paralisia cerebral e não fala, mas a satisfação era vista no olhar de Maria Eduarda. A mãe, Danielle da Costa, a acompanhava e aproveitava a festa natalina. “É a primeira vez que a gente vem. Estamos gostando bastante, chega ela está suada”, conta a mãe sorridente. “Ela é atendida há uns quatro anos na escola e melhorou muito no aprendizado. O Crie nos ajuda bastante”, avalia Danielle.
O Papai Noel foi representado pelo professor Márcio Mesquita. A surdez de Márcio não o impediu de interagir com as crianças falantes. Para garantir a acessibilidade do evento, todas as apresentações foram interpretadas em Língua Brasileira de Sinais (Libras). Entre as apresentações estiveram contações de histórias e declamação de um poema que falava sobre a chuva, que vez ou outra molhava o público.
“Eu vi o Papai Noel e gostei dele. Tirei foto. Na escola eu gosto muito dos meus amigos. Eles estão aqui também”, disse Clara Coutinho, de 10 anos. Sua irmã gêmea, Ananda Coutinho completou: “eu gostei também. Está sendo legal, eu estava cantando a música do Natal”. As meninas têm síndrome de Down e estavam sob os cuidados da mãe, Elizabeth Coutinho, que aprova a iniciativa do Auto de Natal do Crie. “O evento ajuda as famílias a se conhecerem, socializarem e as crianças participam de tudo”, apreciou.
As gêmeas, que são alunas do 3º ano, recebem o atendimento especial há três anos e aprenderam a escrever com o apoio da sala de recursos. “Acho que elas se desenvolveram bastante na questão pedagógica. É importante esse acompanhamento, porque elas estudam à tarde e fazem o acompanhamento pela manhã”, disse Elizabeth.
“Eu gostei do Papai Noel, mas não quis tirar foto com ele”, revelou Luciana Vitória Assunção, de nove anos. Com paralisia cerebral, hidrocefalia e atraso motor, a menina foi acompanhada dos pais e irmãos. “É muito bom para eles, ainda mais para ela, que não sai para lugar nenhum”, disse a mãe da garota, Brenda Assunção. “Ela estudou em outras escolas, mas não é igual à rede municipal. Nas escolas particulares as outras crianças brigavam com ela. Na rede municipal eles tratam com carinho, tratam bem, tem uma pessoa cuidando só dela. Hoje em dia ela faz outras coisas que ela não fazia antes”, comemora.
Os alunos também se apresentaram. Um coral de crianças encenou e cantou a história do menino Jesus, contando com cinco crianças venezuelanas. Em Libras, os alunos dos cursos do Crie interpretaram uma canção natalina. Após as apresentações foi realizada a entrega de presentes a todas as crianças com deficiência atendidas na rede municipal.
Milca Souza, de 15 anos, aproveitou a comemoração com os colegas do 6º ano. “A festa está muito boa. A apresentação do Coral de Libras foi a que eu mais gostei, nunca tinha visto. Eu ganhei uma bolsa do Papai Noel e achei legal porque eu gosto de me arrumar”, disse Milca, que tem macrocefalia.
Texto: Vanessa Pinheiro
 
								 
															 
											 
								 
															 
								 
								 
								