Belém atualiza protocolos de atendimento e diagnóstico da hanseníase

“Muita gente não sabe como é o atendimento na rede pública. Eu mesmo não sabia. Agora me sinto acolhido e confiante de que estou recebendo o melhor tratamento. Nota dez”. É assim que o aposentado Luiz Vasconcelos, 78 anos, diagnosticado com hanseníase em fevereiro deste ano, avalia a assistência recebida na rede municipal de saúde desde que descobriu ser portador da doença.

Luiz e a esposa, a também aposentada Maria Oliveira, 76 anos, estão entre os pacientes atendidos nesta sexta-feira, 20, no encerramento da Capacitação em Hanseníase, promovida pela Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), em parceria com o Ministério da Saúde e Secretaria Estadual de Saúde (Sespa).

Estratégia – Vinte profissionais, entre médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, participaram do curso teórico e prático, que apresentou atualizações sobre diagnóstico, acompanhamento e tratamento da doença. Uma das novidades foi a apresentação do teste rápido, que estará disponível na rede pública ainda este ano. A parte teórica do treinamento foi ministrada na Faculdade Estácio e a prática nas Unidades Municipais de Saúde (UMS) do Guamá, Marambaia e Tapanã.

“Essa capacitação é uma estratégia do Ministério da Saúde para melhorar o combate à hanseníase. Este ano começam a ser aplicados os testes rápidos, e o Brasil é um dos pioneiros nessa tecnologia. Ao lado desse avanço, precisamos investir no atendimento inicial, e isso se faz com a qualificação profissional”, disse a médica dermatologista Camila Tormena, que ministrou o curso.

Reforço – A Sesma investe constantemente no aprimoramento dos profissionais da atenção básica. “Já capacitamos os agentes comunitários de saúde (ACS) para ampliar, também, nesse período de redução dos impactos da pandemia, a busca ativa, que é uma parte muito importante do tratamento. O diagnóstico feito nos estágios iniciais da doença pode evitar problemas, como a perda de funções motoras”, explica a enfermeira Bruna Sousa, coordenadora da Referência Técnica de Tuberculose e Hanseníase da Sesma.

Apesar de ter ocorrido em três unidades, a capacitação alcançou profissionais de outras localidades – inclusive do distrito de Mosqueiro –, o que garante maior abrangência do serviço. Uma das participantes do curso foi a médica da família, Priscila Ribeiro, da Estratégia Saúde da Família (ESF) Águas Lindas II, que aproveitou a oportunidade de atualizar conhecimentos e poder oferecer uma assistência mais qualificada aos pacientes.

Benefícios – “Essa semana foi muito proveitosa. Pudemos nos atualizar nas novas formas de tratamento e diagnóstico, entre eles o teste rápido, que já manuseamos em pacientes dentro dessa atividade. Para mim e a minha equipe e para outros profissionais é muito importante esse tipo de ação, pois, ao final, quem se beneficia mesmo é a comunidade”, frisou.

Esse benefício é claro para a aposentada Maria Oliveira, que fez o teste rápido e descobriu não ser portadora de hanseníase. “O teste me tranquiliza e ajuda no tratamento do meu esposo. Fico feliz em poder participar não só por ele, mas também para ajudar outras pessoas”, afirmou. “Eu tinha plano de saúde, mas tive de abrir mão, porque ficou muito oneroso para mim. Não sabia que aqui no atendimento público seria tratada com tanto cuidado. Estou feliz por isso”, concluiu.

Texto: Luiz Carlos Santos

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