De 5 a 30 de março Belém será destaque no Festival da Cultura Paraense promovido pelo Serviço Social do Comércio (Sesc) de Ribeirão Preto, em São Paulo, que visa incentivar o turismo no Brasil, difundindo a cultura de outros Estados.
“Quando fui a Belém me identifiquei com o lugar, com as pessoas e a culinária. E como a cidade acaba de completar 400 anos, esse era o momento ideal para apresentar a história do Pará no Festival”, explicou o curador do evento, Vitor Hugo Vieira.
O Festival faz parte do Programa de Turismo do Sesc denominado “Outras Origens” e deve reunir cerca de 1.500 pessoas durante o mês de março. “Por meio das programações, nós traremos informações sobre o Pará, especialmente sobre Belém, sua cultura, diversidade, além de incentivar o turismo para a região”, disse Vitor Hugo.
O evento reúne cultura, musicalidade, gastronomia e literatura do Estado e leva para São Paulo nomes conhecidos da cultura popular paraense, como a cantora e compositora Dona Onete, a vendedora de ervas da Feira do Ver-o-Peso Beth Cheirosinha e o jornalista Iran de Souza.
Para dar início ao Festival, o consultor gastronômico Toni de Souza, de Ribeirão Preto, prepara um degustação especial à base dos sabores amazônicos intitulada “Culinária Pai D’égua, o melhor da cozinha paraense”. E para falar da produção de chocolate na ilha do Combu, dona Nena vai levar o chocolate caseiro 100% cacau que já faz sucesso em vários restaurantes nacionais.
Os ritmos paraenses ficarão por conta de Dona Onete, que leva para Ribeirão Preto sons que vão do carimbó ao bolero. “Vou subir no palco cantando os sabores da nossa terra, e quem quiser sacudir ao ritmo do carimbó vai entender por que valorizamos tanto o que é nosso. Eu quero levar minha Belém dos 400 anos para o restante do Brasil”, declarou a cantora, que levanta a bandeira da música regional.
Na segunda semana de atrações, Belém será retratada por meio da crônica visual “Belém tem disso, um olhar sobre a Amazônia”, do ilustrador Sérgio Bastos, responsável pela produção de 400 desenhos que falam sobre a visão de um artista sobre uma cidade, seu povo e o jeito do cidadão. Ou seja, suas percepções sobre a cultura paraense e o homem amazônico, principalmente o ribeirinho.
Ainda neste contexto, o jornalista Iran de Souza apresentará o Estado por meio do Bate-Papo Literário "Crônica Histórica e Sentimental de Belém", em que abordará a história e o cotidiano da capital paraense em quatro séculos – tema do livro que o jornalista lançará este ano.
Lucas Ohana, fotógrafo criador da galeria digital Belém Photos, que divulga a cidade por meio das redes digitais, vai comandar o Café Fotográfico “Belém e suas Belezas”, que tratará sobre o trabalho dos fotógrafos no registro do cotidiano da capital.
A peculiaridade do sotaque papa-chibé, as pessoas e a musicalidade ainda geram curiosidade em outras regiões. E para contar um pouco mais sobre o jeito paraense de ser, o fotógrafo e historiador Michel Pinho integra o time do Festival.
E como falar de cultura, dos sabores e dos cheiros do Pará sem falar do ícone que representa muito bem as erveiras do Ver-o-Peso? Beth Cheirosinha, que reúne carisma e muitas histórias, vai comandar o bate-papo sobre o conhecimento tradicional popular sobre as plantas da floresta amazônica.
Para aqueles que buscam novas descobertas por trilhas e águas, o “caribe Amazônico” rompeu de vez as fronteiras e conquistou o guia de turismo de Ribeirão Preto Cadu de Castro, que vai dar dicas e roteiros de como se chegar em Alter do Chão e à ilha do Marajó, o maior arquipélago flúvio-marítimo do planeta
As lendas amazônicas também estão na programação. Nas semanas de realização do Festival haverá narrações de histórias das lendas do Boto, Saci Pererê, Uirapuru e Curupira.
Para o coordenador do Comitê Belém 400 anos da Prefeitura de Belém, Eduardo Klautau, a iniciativa do Sesc Ribeirão Preto é gratificante por expor e homenagear o diferente em um país tão grande como o Brasil. “Esta ação valoriza o brasilianismo no seu todo. Para a Prefeitura Municipal, constatar que outra região do Brasil está fazendo isso por iniciativa própria, com o intuito de divulgar nossa história, nossa cultura, nossa gastronomia e de debater nossos 400 anos, sem dúvida merece nossos parabéns”, destacou o coordenador.
Texto: Karla Pereira