Belém já reduziu em 88% os casos de dengue

No período de 14 a 17 de outubro deste ano, foi realizado o 4º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti- LIRAa, pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), por meio do Departamento de Vigilância em Saúde. A pesquisa é considerada um instrumento fundamental para orientar as ações de controle da dengue, o que possibilita ao gestor municipal de saúde antecipar as ações de prevenção,

O objetivo do levantamento é identificar os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito transmissor da doença, mapear os índices de infestação por Aedes aegypti através de amostras colhidas nas áreas trabalhadas na rotina e permitir identificar os criadouros predominantes.

Foram analisados 22.111 imóveis nos oitos distritos técnicos administrativos, sendo 485 residências e terrenos baldios positivos para criadouros do mosquito. O resultado apontou estado de alerta para o município de Belém, com 2,2% de Índice de Infestação Predial.

“O município, apesar de indicar estado de alerta, ainda é considerado sob controle. Nós moramos numa região com condições climáticas favoráveis à proliferação do mosquito, por isso os trabalhos são constantes, inclusive com vistoria rotineira em cemitérios, borracharias e praças para identificar possíveis criadouros”, disse Leôncio Pimentel, chefe da Divisão de Controle de Endemias da Sesma (DCE/Sesma).

Os dados fornecidos pelo LIRAa permitem aos agentes de saúde a realização de visitas em residências e outros tipos de imóveis, para inspecionar e identificar os criadouros, e ao encontrar, coletar as larvas ou pupas para análise em laboratório. “Tivemos alguns pontos da área central de Belém, do Benguí e de Mosqueiro com índices superiores a 4,5%, o que indica alto risco. Mas são áreas que já estão sendo monitoradas e nas quais a Sesma está desenvolvendo ações de intensificação do controle vetorial e a participação da comunidade através da educação e saúde com o objetivo de sensibilizar os moradores da área, para a não criação ou extermínio de depósitos e destino adequado do lixo. O mais importante é que a população se conscientize da relevância do seu papel, em eliminar a dengue e prevenir o chikungunya, já que ainda não temos casos de transmissão deste vírus em Belém”, esclarece Leôncio.

Redução – Belém já reduziu em 88% os casos de dengue nos últimos dez anos. Em 2004 foram confirmados 2.255 casos e três óbitos. Já no período de janeiro a outubro de 2014, de acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos e Notificações do Ministério da Saúde, apenas 265 casos foram confirmados e nenhum óbito ocorrido. A maior incidência é em pessoas da faixa etária de 30 a 39 anos. Os meses de maior ocorrência de dengue foram maio e julho, com 45 e 36 situações, respectivamente.

De acordo com o chefe da DCE, a Secretaria está alerta e atenta para todas as situações de dengue e, mais recentemente com o chikungunya, e conta com o apoio da população. “Nossos agentes estão nas ruas em busca de depósitos infestados com as formas de larvas e ou pupas do Aedes aegypti, vetor das endemias dengue e chikungunya, visitando as residências e orientando os moradores. No entanto, faz-se necessário que cada um faça a sua parte e não deixe água parada. Um simples vasinho com flor, uma ficha com água ou até piscinas em desuso e aterros de obras são potenciais criadouros do mosquito Aedes aegypti, o vetor de transmissão do vírus”, explica.

Em caso de denúncias de focos do mosquito ou mesmo de orientações a população deve procurar a Divisão de Controle de Endemias através do Disque Dengue, pelo teleofne 3344-2466. Durante o contato com o atendente, o denunciante deve informar o endereço, com o perímetro correto, para que a equipe seja encaminhada até o local.

Conheça alguns depósitos para o mosquito Aedes aegypti:

– Folhas, flores, árvores.

– Rochas

– Carcaças, carapaças de animais

– Cascas de frutas, principalmente do coco

– Lixo

– Vasilhas plásticas e/ou descartáveis

– Garrafas e latas

– Sucatas e ferro velho

– Entulho de construção

– Vasos e frascos com água

– Recipiente de degelo (atrás da geladeira)

– Bebedouros, fontes ornamentais e aquários sem peixes larvófagos (que se alimentam de larvas)

– Objetos religiosos

– Reservatórios de água

– Calhas, lajes e vasos sanitários (em desuso)

– Piscinas, tanques, tonéis e barris

– Floreiras

– Vasos de cemitério

– Cacos de vidro nos muros

Texto: Paula Barbosa

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