Belém para Todos promove ação de prevenção e combate às drogas

Mais de 200 pessoas participaram da programação no bairro da Maracangalha, que ofereceu atendimentos sociais e de saúde para famílias e dependentes químicos.

Crédito: Paula Lourinho

Cerca de 3 mil pessoas estão em situação de rua em Belém. Quase 100% delas são usuárias de álcool ou outras drogas ilícitas.

Mais de 200 pessoas participaram, na manhã desta sexta-feira, 24, do projeto “Belém para Todos – Prevenção e Combate ao Uso de Drogas”, promovido pela Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Executiva de Políticas de Prevenção e Combate às Drogas e Reintegração Social (Sepvcd), da Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Direitos Humanos (Semcad). A ação ocorreu das 8h às 12h no Espaço Santos Dumont, no bairro da Maracangalha.

O objetivo do evento foi conscientizar dependentes químicos e seus familiares sobre a importância do combate à dependência química e da reintegração social. Durante a programação, foram oferecidos serviços sociais e de saúde como emissão de documentos (RG), atendimento jurídico, vacinação (contra difteria, tétano, febre amarela, hepatite B, meningite ACWY, HPV, poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola e coqueluche), além de inscrição e atualização do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) e testagens para Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

Crédito: Paula Lourinho

A secretária de Políticas de Prevenção e Combate às Drogas e Reintegração Social, Rosa Daibes, explica o objetivo do projeto.

Prefeitura oferece apoio às famílias

A secretária de de Políticas de Prevenção e Combate às Drogas e Reintegração Social, Rosa Daibes, destacou que a ação vai além do atendimento aos dependentes químicos, alcançando também suas famílias.

“Uma das nossas missões é chegar à família daquele indivíduo que é dependente químico. Orientar o que ela pode fazer para tentar resgatar esse parente do vício, onde buscar ajuda. Também realizamos um trabalho de prevenção, sempre com sigilo e respeito à dignidade das pessoas. Muitos vêm tirar documentos ou tomar vacinas, mas sabemos que parte desse público enfrenta problemas com drogas”, explicou.

Crédito: Paula Lourinho

Grande parte dos dependentes químicos não possui nenhum documento pessoal.

Daibes reforçou ainda que pessoas em situação de rua com dependência química devem procurar o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop). Já quem não vive nas ruas pode buscar atendimento no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas (Caps AD).

Familiares foram ao evento buscar orientação

Durante o evento, familiares buscaram orientação sobre como ajudar parentes em situação de dependência. Entre elas uma moradora da Maracangalha que não terá o nome revelado, que foi em busca de ajuda para o irmão, dependente de álcool e morador de rua há cerca de um ano.

“Recebi ajuda para começar a tirar os documentos dele. Ele não tem nada — vendeu certidão, RG, CPF — tudo para comprar bebida. É uma situação muito triste. Já tentamos levá-lo para casa várias vezes, mas nunca conseguimos”, relatou ela.

A familiar recebeu informações sobre o Centro Pop e pretende convencer o irmão a buscar atendimento no local.

Crédito: Paula Lourinho

Foram garantidas testagens para Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

Segundo Rosa Daibes, cerca de 90% das pessoas em situação de rua em Belém fazem uso de álcool e outras drogas.

“O número de pessoas vivendo nas ruas vem crescendo anualmente. Hoje, a cidade tem em torno de 3 mil pessoas nessa condição. O uso de álcool e drogas caminha junto com esse problema. É preciso um trabalho integrado de saúde, cidadania e políticas públicas — uma ação multifatorial para enfrentar esses índices”, afirmou.

A realização do projeto “Belém para Todos – Prevenção e Combate ao Uso de Drogas” contou com o apoio da da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) e da Fundação Papa João XXIII (Funpapa).

Veja também

Pesquisar