Belém pode receber apoio internacional no combate à pandemia da Covid-19

Belém pode ser uma das cidades escolhidas para receber apoio internacional no combate à pandemia da Covid-19. Em reunião ocorrida nesta segunda-feira, 23, na sede da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), representantes da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) e da Community Organized Relief Effort (Core) – entidade com sede na cidade de Los Angeles, Califórnia, nos Estados Unidos –, foram discutidos os termos de uma possível cooperação, que pode beneficiar o município nas ações de vacinação e testagem da população.

Durante o encontro, a equipe técnica da Sesma apresentou à Core a estrutura atual usada nos serviços de combate ao novo coronavírus, como pontos de vacinação e locais de testagem. “A Core se propõe a nos ajudar a operacionalizar o processo de vacinação. Já temos alguns problemas que precisam ser resolvidos, como a sobrecarga de recursos humanos, questão de insumos e a testagem rápida da população. Também temos áreas da cidade com baixo índice vacinal”, disse o secretário municipal de Saúde, Maurício Bezerra.

Desafios – Organização não governamental (ONG) sem fins lucrativos que acumulou experiência no combate à pandemia da Covid-19 em todo mundo, a Core firmou parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro para levar essa expertise à capital fluminense. Atenta aos desafios enfrentados por outros estados brasileiros, a entidade voltou os olhos para a Amazônia, mais especificamente o Pará. Além de Belém, Santarém, no Baixo Amazonas, foi cotada para receber o apoio. A reunião com representantes da cidade do oeste paraense está marcada para esta terça-feira, 24. Após essa agenda, os representantes da Core voltam a Belém, para definir que município receberá o apoio.

Para Maurício Bezerra, a contribuição que a Core pode dar ao Pará, seja em Belém ou Santarém, é enorme. “Eles vêm de uma experiência acumulada no Rio de Janeiro, que é uma área de grande concentração populacional, com problemas sociais e ambientais, então certamente trarão uma contribuição complementar, para ajudar e fazer com que a gente tenha ainda mais eficiência no processo de vacinação”, assinalou o secretário. “Mostramos a eles toda a complexidade que envolve uma cidade como Belém, com uma concentração populacional grande, uma cidade floresta, no meio da Amazônia”.

União – A diretora de Área da Core, Shira Goldstein, disse que o objetivo da vinda ao Pará é apresentar aos governos locais os programas de combate à pandemia e de conservação ambiental para que, em parceria, a luta contra a Covid-19 possa avançar ainda mais. Segundo ela, o Estado foi escolhido por estar longe dos grandes centros urbanos e por enfrentar desafios com necessidades básicas, como a falta de insumos, por exemplo. “Não chegamos aqui achando que sabemos o que a cidade e o estado precisam, mas acreditamos que, com apoio na logística, recursos humanos e na capacidade técnica, podemos ajudar as autoridades locais a serem ainda mais eficientes na vacinação e testagem da população”, afirmou.

A Core, cuja vinda a Belém é uma iniciativa da Assessoria de Relações Internacionais da prefeitura, foi criada em 2010, para dar suporte às ações de atendimento médico às vítimas do terremoto no Haiti. Desde então, a entidade desenvolveu uma expertise no enfrentamento de endemias. No suporte para a Prefeitura do Rio de Janeiro, atua no fornecimento de testes, medicamentos (com exceção das vacinas) e infraestrutura para instalação de postos de vacinação.

Texto: Luiz Carlos Santos

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